JEAN-PAUL SARTRE
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
RAPIDAMENTE ESTÁ A CHEGAR O 2012!
O meu desejo de saúde para todos!
Em tempo de valsa, lembrando os famosos concertos de fim de ano, deixo aqui uma valsa, é bem necessário acertar o passo em uníssono!
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
GUERRA SANTA (BIOGRAFIA DE VASCO DA GAMA) – NIGEL CLIFF
Nigel Cliff encontrava-se em Nova Iorque no dia do atentado às Torres Gémeas e a tragédia que observou, motivada pelo conflito entre o Islão e o Ocidente, deu-lhe o tema para um livro sobre Vasco da Gama, o navegador que uniu o Ocidente e o Oriente, pelas especiarias tão desejadas pela Europa.
Vasco da Gama foi o único rival de Cristóvão Colombo, mas em relação a este foi mais mal tratado pela História.
Cliff veio a Portugal e deslocando-se ao estuário do Tejo ficou intrigado com a coragem tida para entrar no Oceano, que considerou uma aventura monumental. Pensou em Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua e considerou a viagem de Vasco da Gama, mais perigosa, porque em relação à Lua a viagem foi acompanhada passo a passo pela tecnologia, enquanto no caso da Índia, 170 homens desapareceram por vários anos, ninguém os podia ajudar, estavam mesmo por sua conta.
Os conflitos entre o islamismo e o cristianismo, existem há muitos séculos e na época dos descobrimentos foram uma questão perigosa. A viagem de Vasco da Gama significou uma ascendência sobre o mundo do Islão. Cliff considera esta viagem a última cruzada e o fim do mundo medieval, quando a evangelização era um tema constante dos monarcas da época. Claro, que não se pode separar a religião da economia, as duas coisas andavam juntas
Escrever este livro, sobre um Vasco da Gama com uma vida aventurosa, tão exótica e excitante, foi uma tarefa compensadora, para Cliff. Não é um livro para académicos, é um livro para grandes audiências.
Como noutras viagens, não foi por acaso que Vasco da Gama chegou à Índia, entre a viagem de Bartolomeu Dias e a de Gama, outras viagens foram feitas, para estudar ventos e correntes. Para chegar lá, foi necessário acumular conhecimentos. Do mesmo modo também não foi Pedro Álvares Cabral que «achou» o Brasil, quando lá chegou já outras viagens tinham sido feitas, dentro de uma estratégia de secretismo de D. João II.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
LIMIAR DA MALDADE
Martin Amis, in 'Koba o Terrível'
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
JANGADA DE MEDUSA - GÉRICAULT - UM QUADRO IMPRESSIONANTE
A "Jangada da Medusa" inscreveu o seu autor Géricault na galeria dos grandes artistas franceses do século XIX. A viagem da sofisticada fragata "Medusa" foi interrompida por um erro de navegação cometido por um comandante que não fazia nenhuma viagem marítima há vinte e cinco anos. Numa época em que se exaltava o progresso da humanidade, o naufrágio da "Medusa" evidenciou os instintos mais básicos do Homem.O canibalismo foi a última solução para os poucos sobreviventes vencerem a morte.
Géricault, em busca do reconhecimento artístico, pintou o episódio que culminou numa obra que ultrapassa o Realismo e assume uma grandiosidade sofisticada numa escala monumental. Os 491 por 716 centímetros da "Jangada da Medusa" conduziram a um escândalo político que a corte tentou ofuscar.
domingo, 18 de dezembro de 2011
«O MANIFESTANTE»
A revista TIME, escolheu para figura do ano «O MANIFESTANTE». Da Primavera Árabe e Atenas, do Occuppy Wall Street a Moscovo, a revista apresenta em capa um jovem, com a cara tapada por um lenço, deixando só os olhos visíveis. A escolha dos leitores recaíu em Julian Assange, fundador do portal Wikileaks, mas a Time defendeu a sua posição editorial, como um exercício de «jornalismo democrático interactivo» e elegeu Assange como «personalidade não grata» do ano. No ano passado a revista distinguiu o fundador do facebook, Mark Zuckerberg.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
O Jardim e a Noite
Atravessei o jardim solitário e sem lua,
Correndo ao vento pelos caminhos fora,
Para tentar como outrora
Unir a minha alma à tua,
Ó grande noite solitária e sonhadora.
Entre os canteiros cercados de buxo,
Sorri à sombra tremendo de medo.
De joelhos na terra abri o repuxo,
E os meus gestos dessa encantação,
Que devia acordar do seu inquieto sono
A terra negra canteiros
E os meus sonhos sepultados
Vivos e inteiros.
Mas sob o peso dos narcisos floridos
Calou-se a terra,
E sob o peso dos frutos ressequidos
Do presente,
Calaram-se os meus sonhos perdidos.
Entre os canteiros cercados de buxo,
Enquanto subia e caía a água do repuxo,
Murmurei as palavras em que outrora
Para mim sempre existia
O gesto dum impulso.
Palavras que eu despi da sua literatura,
Para lhes dar a sua forma primitiva e pura,
De fórmulas de magia.
Docemente a sonhar entra a folhagem
A noite solitária e pura
Continuou distante e inatingível
Sem me deixar penetrar no seu segredo
E eu senti quebrar-se, cair desfeita,
A minha ânsia carregada de impossível,
Contra a sua harmonia perfeita.
Tomei nas minhas mãos a sombra escura
E embalei o silêncio nos meus ombros.
Tudo em minha volta estava vivo
Mas nada pôde acordar dos seus escombros
O meu grande êxtase perdido.
Só o vento passou e quente
E à sua volta todo o jardim cantou
E a água do tanque tremendo
Se maravilhou
Em círculos, longamente.
Sophia de Mello Breyner Andresen, “Cem poemas de Sophia”