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Nigel Cliff encontrava-se em Nova Iorque no dia do atentado às Torres Gémeas e a tragédia que observou, motivada pelo conflito entre o Islão e o Ocidente, deu-lhe o tema para um livro sobre Vasco da Gama, o navegador que uniu o Ocidente e o Oriente, pelas especiarias tão desejadas pela Europa.
Vasco da Gama foi o único rival de Cristóvão Colombo, mas em relação a este foi mais mal tratado pela História.
Cliff veio a Portugal e deslocando-se ao estuário do Tejo ficou intrigado com a coragem tida para entrar no Oceano, que considerou uma aventura monumental. Pensou em Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua e considerou a viagem de Vasco da Gama, mais perigosa, porque em relação à Lua a viagem foi acompanhada passo a passo pela tecnologia, enquanto no caso da Índia, 170 homens desapareceram por vários anos, ninguém os podia ajudar, estavam mesmo por sua conta.
Os conflitos entre o islamismo e o cristianismo, existem há muitos séculos e na época dos descobrimentos foram uma questão perigosa. A viagem de Vasco da Gama significou uma ascendência sobre o mundo do Islão. Cliff considera esta viagem a última cruzada e o fim do mundo medieval, quando a evangelização era um tema constante dos monarcas da época. Claro, que não se pode separar a religião da economia, as duas coisas andavam juntas
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Escrever este livro, sobre um Vasco da Gama com uma vida aventurosa, tão exótica e excitante, foi uma tarefa compensadora, para Cliff. Não é um livro para académicos, é um livro para grandes audiências.
Como noutras viagens, não foi por acaso que Vasco da Gama chegou à Índia, entre a viagem de Bartolomeu Dias e a de Gama, outras viagens foram feitas, para estudar ventos e correntes. Para chegar lá, foi necessário acumular conhecimentos. Do mesmo modo também não foi Pedro Álvares Cabral que «achou» o Brasil, quando lá chegou já outras viagens tinham sido feitas, dentro de uma estratégia de secretismo de D. João II.
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