JEAN-PAUL SARTRE
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
ANTÓNIO TÀPIES (1923-2012) - «A sua obra traduz a consciência dividida que é a do nosso tempo»
«Entre o desejo e a ausência é a matéria mesma que emerge com a sua subtil caligrafia» - António Ramos Rosa
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
PORTUGAL BRILHOU NO FESTIVAL DE BERLIM
domingo, 26 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
RUBEM FONSECA EM PORTUGAL
DN-ARTES
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
DESTINO - MIA COUTO
domingo, 12 de fevereiro de 2012
BEATRIZ MILHAZES (1960, Rio de Janeiro)
Inspira-se no ambiente tropical, na história e na cultura do Brasil para criar os motivos básicos das suas pinturas plenas de cor. Flores, arabescos, ornamentos abstractos, formas geométricas e padrões rítmicos cruzam-se nas suas composições, expandindo um espaço plano cuja profundidade surge da colorida dinâmica dos elementos decorativos.
Esta exposição na Gulbenkian está integrada, no ano em que Portugal e Brasil tomam iniciativas para dar a conhecer as suas culturas
Beatriz Milhazes apresenta quatro novas pinturas monumentais representando as quatro estações do ano, acompanhadas por sete impressionantes colagens, uma escultura móvel e uma obra inédita, em vinil, criada especialmente para esta mostra.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
FERNANDO LANHAS (Porto 1923 - Porto 2012)
Pintor e arquitecto, foi pioneiro da arte abstracta. Estudou na Escola de Belas Artes no Porto e foi colega de Júlio Resende, Júlio Pomar e Nadir Afonso.
«A morte é uma coisa que não me assusta, mas incomoda-me. Põe-me a pensar e a ideia anda aqui sempre à volta da cabeça».
Apesar de nos seus últimos anos, ter grandes dificuldades para ver, nunca deixou de desenhar, escrever e sobretudo de inquietar-se com «a origem das coisas».
Lanhas além de arquitecto e pintor, desenvolveu trabalhos nas áreas de ciência, arqueologia e astronomia.
A sua última exposição foi no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em 2001, uma exposição antológica. João Fernandes director do museu disse sobre Lanhas: «foi um artista singular, um dos casos mais universais que Portugal, infelizmente ainda não conseguiu divulgar internacionalmente».
domingo, 5 de fevereiro de 2012
A Adopção de Novas Ideias
Daqui que as mudanças históricas supõem o nascimento de um tipo de homem diferente em mais ou menos do que antes havia; isto é, supõem a mudança de gerações.
Ortega y Gasset, in 'O Que é a Filosofia?'
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
FREYA STARK – A ÚLTIMA ROMÂNTICA
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
ANTÓNIO PINHO VARGAS
A Universidade de Coimbra premiou este ano AP Vargas. Os critérios contemplaram não só a música que já produziu, mas também a reflexão que tem feito sobre a mesma, tendo inclusive feito um doutoramento: «Música e Poder: para uma sociologia da ausência da música portuguesa no contexto europeu».
O prémio vai na sua nona edição e já contemplou áreas diversas: Neurociurgia, História, Matemática e Artes Plásticas. Vargas sucede à investigadora Maria de Sousa.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
MAY SHELDON – RAINHA DO KILIMANJARO
Este era o uniforme de gala que a exploradora May Sheldon utilizava na sua expedição ao Quénia para impressionar os chefes masais. Aos guerreiros africanos anunciava a sua visita com foguetes e música. Os carregadores chamavam-lhe Bebé Bwana, mulher chefe, embora ela preferisse o título mais pomposo de Rainha Branca do Kilimanjaro. Excentricidades à parte, foi uma mulher que viveu à frente do seu tempo, feminina e magnífica comunicadora.
No século XIX, época de grandes explorações africanas, demonstrou que uma mulher também podia organizar uma expedição ao nível de Livingstone ou Stanley. A sua foi das mais originais e menos sangrentas do seu tempo.
O célebre explorador Stanley nunca imaginou que aquela jovem, filha do seu amigo, o coronel French, um dia seguiria os seus passos. A norte-americana, que nasceu em 1858 no seio de uma família sulista abastada e liberal, dedicou a sua juventude ao estudo dos idiomas e das ciências, atraída pelo mundo das explorações. Os seus pais eram cultos e cosmopolitas, além de serem grandes viajantes e com 16 anos acompanhou-os numa viagem à volta do mundo, como era moda entre a aristocracia.
May além de caçar e montar a cavalo, devorava livros de viagens e mapas de remotos países. Com 33 anos casou, mas sentia que tinha de fazer algo na vida de transcendente, que nenhuma mulher tivesse feito. Decidiu viajar sozinha até África, ao país dos masais e organizar a sua própria expedição. Preparou a sua viagem como uma operação militar e como mulher rica queria viajar com o maior conforto.
No seu livro, «De sultão a sultão, aventuras entre os masais e outras tribos da África Oriental, publicado em 1892, enumera a lista interminável da sua bagagem, tendas, espingardas, farmácia ambulante, mas também uma banheira de zinco, um serviço de porcelana, talheres de prata e todo um arsenal de roupa pessoal. Para moeda de troca com os nativos, leva guarda-chuvas, caixas de música, relógios e panos. Para não ser esquecida leva anéis de cobre com o seu nome gravado para oferecer aos africanos. O mais espectacular é um enorme palanquim de vimes entrançado com cortinas e almofadas, para seu transporte.
Em 1891, May Sheldon, despede-se do marido e parte de Nápoles, para Port Said, no Canal do Suez. Continua a viagem até Aden (Iémen) e meses mais tarde chega ao porto de Mombasa, na costa oriental africana. Começam os problemas para May, porque não há carregadores que queiram acompanhar uma mulher ao interior do continente. May não desiste e pede ajuda ao sultão de Zanzibar. Ao fim de várias cartas de recomendação consegue reunir 100 homens, apesar dos mesmos terem medo dos masais e não acreditarem que uma mulher os possa defender. Bebé Bwana, vai ganhando a confiança dos mesmos, preocupando-se e tratando-os das suas doenças e usando mesmo pistolas quando algum perigo os ameaça.
A viagem tornou-se muito penosa, nas páginas do seu livro cita os perigos encontrados: cobras, formigas venenosas, pragas de mosquitos, carraças e pulgas. May Sheldon todos os dias tem que passar revista aos homens e tratar das suas feridas. Ao fim do dia retira-se para a sua tenda, toma um banho de banheira, janta à luz das velas, come na sua louça de porcelana e anota no diário todos os incidentes. Após seis meses de uma esgotante caminhada, a exploradora encontrará os lendários masais ao norte de Kilimanjaro. Sobre eles escreve no seu diário: Estes esplêndidos selvagens lutam em silêncio e têm uma táctica, uma energia, uma audácia e uma intrepidez superior. São originais com os seus adornos, seu corpo tem harmonia e beleza». A arrogância daqueles homens cativaram-na da mesma forma como aconteceu a outras escritoras, entre elas Karen Blixen.
A tribo mais temida pela ferocidade dos seus guerreiros sofreu grandes mudanças depois de May Sheldon, foram convertidos à força em pastores nómadas e atracções turísticas. Não há dúvida que a sua imagem atravessando solitários a imensa savana africana é de uma beleza deslumbrante.
A expedição de May Sheldon durou pouco mais de um ano. Quando regressou a Inglaterra publicou o seu livro, já citado, que alcançou um enorme êxito. May tornou-se uma personagem popular da sociedade britânica e americana. Ela transmitia a sua viagem ao grande público com emoção e romantismo, uma experiência pela qual valia a pena morrer.
FONTE: Moratò, Cristina, «Viajeras Intrepidas y Aventureras» (ed. Plaza y Janés)