O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Rolando Teixo, Pedro Bidarra



Será que o silêncio, como o som, é passível de ter um volume que aumenta? Será possível aumentar o volume do silêncio e ter, hoje, um silêncio mais volumoso que o silêncio de ontem, quando, contra toda a evidência objectiva, o silêncio de hoje é igual ao silêncio de ontem? A ausência de diálogo, de assunto, de conversa é a mesmíssima de ontem; as notícias que saem pela televisão são as mesmas e os talheres que batem no parto, pontuam o mesmo silêncio da mesma maneira. Mas hoje sente-se um silêncio mais volumoso do que o de ontem. Não mais pesado, como é comum dizer-se, não é assim que ele se sente. Sente-se apenas mais volumoso. Rolando Teixo, Pedro Bidarra

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