O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

KATE MILLETT (1934-)

Sexual Politics, é uma das importantes obras sobre a libertação da mulher e um livro essencial da história política do século XX. O livro, sistematiza a subjugação e exploração das mulheres, identifica o patriarcado, as crenças condicionadas pela natureza, tendo como vectores, a literatura, a filosofia, a psicologia e a política. A sua obra incendiária, causou grande polémica social e lançou as bases, para posteriores estudos feministas. Com este livro, que foi tese de doutoramento, Millet deu voz à raiva de uma geração. Explorando a História fez História, focando a condição da mulher, dentro do postulado «de onde viemos e para onde devemos ir».Critica o sexismo dos romancistas modernos DH Lawrence , Henry Miller e Norman Mailer .

O livro tornou-se um best-seller, inovador e provocador, uma obra incendiária, mas também detentora de uma análise profunda e essencial, que foi mesmo considerada uma obra-prima, no aspecto documental e intelectual.

QUEM FOI KATE MILLET?

Katherine Murray Millett, escultora, feminista, escritora e activista, nasceu em 14 de Setembro de 1934, em St. Paul, Minnesota.
A sua infância e adolescência não foram fáceis, ela mesmo revelou, que viveu num ambiente católico muito conservador. A família tinha problemas financeiros, o pai espancava os filhos, Katie lembra-o como alucinado e assustador, a mãe apesar de ter um curso, teve dificuldades em ganhar a vida.
Kate Millett estudou na Universidade de Minnesota, onde era um membro da Kappa Alpha Theta e no Hilda's College St, Oxford, onde foi uma aluna brilhante em literatura inglesa, especializando-se nos vitorianos.Teve depois dificuldade em arranjar emprego e voltou a Nova Iorque onde trabalhou e estudou escultura.
Millett mudou para o Japão em 1961. Aí conseguiu expor alguns dos seus trabalhos e conheceu o escultor, Fumio Yoshimura. Dois anos depois, retornou aos Estados Unidos, com Yoshimura, com quem esteve casada de 1959 a 1985. Não tiveram filhos e isso quase motivou a expatriação do escultor. Millett deu aulas e simultaneamente inscreveu-se na Universidade de Columbia. Destacou-se como grande activista feminista, nos anos de 1960 e 1970. Em 1966, tornou-se um membro da comissão da Organização Nacional para Mulheres. Millett fez muitas conferências, embora fosse vista como neurótica.
Sexual Politics, foi a sua tese de dissertação, premiada pela Universidade de Columbia em 1970 e foi publicado em livro, tornando-se uma bomba.
Kate entregou-se completamente a esta causa, os seus discursos eram muito inflamados e acabou por ser impedida de dar aulas. O seu livro tornou-se bastante polémico e foi perseguida por entrevistadores e bombardeada com telefonemas. A sua vida familiar foi muito afectada. De qualquer forma Kate não desistiu, para ela a libertação da Mulher era a sua vida, mesmo sendo considerada por muitos como uma louca.

Em 1971, Millett começou a comprar e a restaurar áreas e edifícios próximos a Poughkeepsie, Nova York . O projecto tornou-se na colónia da Mulher Arte / Tree Farm, uma comunidade de artistas e escritores do sexo feminino, que é suportada pelas vendas dos residentes.
Millet, produziu o filme «Três Vidas» (1971), um documentário de 16 milímetros, feitos por uma equipe de mulheres, sob o nome de Mulheres de Libertação do Cinema. O seu livro Flying (1974) aborda o seu casamento com o Yoshimura e os seus casos amorosos com mulheres. Sita (1977) é uma meditação sobre o amor, com um administrador do colégio feminino, que era dez anos mais velho que ela.

Em 1979, Millett foi para o Irão trabalhar nos direitos das mulheres, foi logo deportada, mas escreveu sobre essa experiência. Em A-Loony Bin Trip (1990) descreve a sua experiência quando foi presa num estabelecimento psiquiátrico, diagnosticada como "bipolar", e da sua decisão de suspender a terapia do lítio. Foi a tribunal defender a sua sanidade mental.
Millett continuou a derrubar os mitos da psiquiatria. Como representante da MindFreedom Internacional, falou contra a tortura psiquiátrica nas Nações Unidas e negociou o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006).

http://www.katemillett.com/
http://www.answers.com/topic/kate-millett

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