O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

sábado, 4 de maio de 2013

Vénus Negra - Saartjes Baartman (1789-1815)




Realizado pelo actor e realizador Abdellatif Kechiche, um filme biográfico sobre a trágica história de Saartjes Baartman (1789-1815), uma mulher da tribo Khoikhoi que, no início do século XIX e devido às suas características físicas específicas, deixou o sul de África para ser exibida nos salões europeus sob o nome "Venus Hotentote", com promessas vãs de uma vida dourada.  Chegada à Europa, depois de viajar por toda a Inglaterra em espectáculos de aberrações. Mediante um pagamento extra, os seus exibidores permitiam aos visitantes tocar-lhe as nádegas, cujo invulgar volume (esteatopigia) parecia estranho e perturbador ao europeu da época.
Por outro lado, Saartjie tinha sinus pudoris, também conhecido por «avental», «cortina da vergonha» ou «bandeja», em referência aos longos lábios da genitália .
Vai para Paris e é estudada por alguns dos mais conceituados naturalistas e anatomistas da época, que usaram as suas investigações para justificarem a inferioridade dos negros, num esforço claro de legitimação do racismo e escravatura. Tinha sido comprada por um francês, que a tratava bastante mal, com a derrota de Napoleão, o fim do seu governo, as exposições tornaram-se impossíveis. Saartje foi levada a prostituir-se e tornou-se alcoólica. A 29 de Dezembro de 1815, Saartjie Baartman morreu na miséria. O seu corpo foi doado ao Musée de l'Homme de Paris, onde o seu esqueleto, órgãos genitais e cérebro foram conservados em formol e exibidos até 1974. Em 2002, a pedido do então Presidente sul-africano Nelson Mandela, os seus restos mortais regressaram ao seu país, onde foi feita uma cerimónia fúnebre.

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