O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

FERNANDO PESSOA O «JANOTA»

As fotografias de Fernando Pessoa, podem revelar uma pessoa sem grandes preocupações na forma como se vestia. É verdade que Pessoa, passou por dificuldades económicas e teve dívidas, mas nunca sucumbiu à miséria.
Fernando Pessoa gostava de vestir bem. Por vezes teve que recorrer à venda de livros já lidos, para ter dinheiro, muito dele para comprar roupas e acessórios nas casas mais requintadas de Lisboa, como a Camisaria Pitta. Os familiares sempre disseram que Pessoa andava sempre bem arranjado, de colarinhos bem engomados e gostava de vestir com um certo rigor. Seria o que se dizia então um «janota», mas ser «janota» ficava caro, até teve uma alta conta num dos alfaiates mais conceituados de Lisboa, Lourenço & Santos, Lda. O próprio Fernando Pessoa faz referência no seu diário, entrada em 30 de Novembro de 1915: «Há noite fiquei satisfeito de ouvir duas referências diferentes (do Cortês-Rodrigues e do Perdigão), ao facto de eu estar bem vestido (Oh, eu!)».
No fim da sua vida Fernando Pessoa recebeu o Prémio Antero de Quental, quantia de 5000$00, pelo seu livro «Mensagem». Oito meses depois de receber este dinheiro morreu no Hospital São Luís dos Franceses, é de pensar que o poeta viveu esses meses num justíssimo desafogo, mas o facto de ter morrido sem deixar dívidas, revela que também as saldou todas.
Escritor David Soares

Retrato exposto na Casa Fernando Pessoa, feito pelo pintor Adolfo Rodriguez Castañe, um dos seus amigos.

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