O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

sábado, 17 de setembro de 2011

RINGSAGA – O ANEL DO NIBELUNGO – RICHARD WAGNER

Remix Ensemble Casa da Música – maestro: Peter Rundel

TETRALOGIA: O Ouro do Reno, As Valquírias, Siegfried, O Crepúsculo dos Deuses

Óperas apresentadas na adaptação realizada por Jonathan Dove e Graham Vick no início dos anos 90 e que recebeu elogios de todos os observadores, incluindo os mais cépticos, perante a oportunidade de reduzir em duração e dimensão orquestral a obra-prima de Wagner. A narrativa da epopeia e a força musical permanecem intactas. As soluções adoptadas na adaptação dramática e musical são coerentes e eficazes.

Orquestração de ensenble instrumental típico do século XX, abre outras pistas teatrais: cenário único e evolutivo, atenção voltada para a relação entre narrativa e acção, utilização das tecnologias actuais de imagem e som para criar uma sensação extraordinária de envolvimento do espectador com a cena.

Seguindo os padrões de arte defendidos por Wagner: unir uma comunidade em redor de um acontecimento excepcional, cujos principais temas são, mais do que nunca actuais – conflitos geracionais e de poder, problemáticas da transmissão, pilhagens das riquezas públicas em benefício de interesses privados, cultura da catástrofe e do medo…

ANTOINE GINDT (encenador)

Uma alegoria impregnada de erotismo, amoralidade, adultério, incesto, violação traição e pulsão de morte ou uma epopeia que termina com a queda dos senhores do mundo e a aurora de uma nova era em que as classes sociais se fundiram na unidade do povo? Uma dissertação musicada sobre o livre arbítrio? Porque não um drama ecológico, ou não tivesse tudo começada com um atentado à natureza e terminado com um cataclismo?

«O anel mostra-nos a Natureza no seu estado de pura verdade e contradição essencial, contradição que na sua infinita variedade de manifestações compreende mesmo o que se repele mutuamente» Wagner

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