O HOMO SAPIENS, do Paleolítico Superior, em tempos que tudo era descoberta, viu no acto sexual preservação da espécie, mas também uma fonte de prazer.
Cenas de sexo oral gravadas nas paredes das grutas, ossos em forma de pénis (que poderão ter funcionado como dildos9, pequenas Vénus com vaginas recortadas, genitais dom tatuagens e piercings e cenas de sexo com animais, são apenas algum do repertório em pedra que dá conta deste fascínio datado de há quarenta mil anos e que integra agora a exposição SEXO EM PEDRA, patente na Fundação Atapuerca em Espanha. Uma das cenas de bestialismo - em que um homem surge de falo erecto atrás de uma cabra – faz inclusivamente parte das gravuras portuguesas de Foz Côa e terá sido gravada há cerca de 13 mil anos. Na gruta de Ribeira de Piscos, um homem de boca aberta em êxtase dedica-se à masturbação, enquanto uma terceira cena dá conta de um voyeur a observar um casal em plena cópula.
«As vulvas estão quase sempre na posição que se veria na mesa de um ginecologista e correspondem às mulheres, de mulheres jovens obesas ou de adultas, que tivessem tido muitos partos», adianta o urologista Javier Angulo que, juntamente com o arqueólogo Marcos Garcia, dedicou muitas horas a descobrir o significado de trezentas imagens e objectos pré-históricos encontrados em várias grutas europeias e anteriores à sedentarização da espécie humana. O especialista sublinha que tais representações não tinham que ver com pornografia ou exibicionismo, eram antes «uma coisa natural, relacionada com a excitação e os nascimentos».
Outras figuras de traços menos definidos sugerem a existência de relações homossexuais. Há imagens de coitos frontais, dorsais, de pernas levantadas, em pé e deitados, metendo sexo oral, manual e animais. Segundo Marcos Garcia «Não inventamos nada desde então».
Notícias Magazine - Ana Pago
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