O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

VANESSA REDGRAVE

Vanessa Redgrave, filha dos actores Rachel Kempson e Michael Redgrave, nasceu em Londres em 1937. Teve dois irmãos mais novos, Corin Redgrave e Lynn Redgrave. Numa casa de actores com ideias progressistas, essa herança passou completamente para Vanessa. Iniciou os seus estudos no Central School of Speech and Drama en Londres e no Royal Shakespeare Company. Relativamente às suas actividades políticas a sua trajectória de militância política começou cedo, filiando-se em varias organizações marxistas.
Entre 1962 e 1967 a actriz foi casada com Tony Richardson, pai das suas duas filhas (ambas actrizes): Natasha Richardson e Joely Richardson. Em 1967 divorciou-se devido ao relacionamento que o marido tinha com Jeanne Monreau.
Começou a trabalhar no teatro e em 1964 obtendo um papel na série, Adeus às Armas e no filme Um Homem para a Eternidade, mas foi com Michelangelo Antonioni, que encontrou o seu primeiro papel importante em Blow up (1966 ).
Nesse filme interpretou uma mulher indomável e desafiadora, o prototipo da mulher que abraça a revolução sexual da época. Com esse filme obteve o prémio de interpretação no Festival de Cannes. Seguiu-se o filme Morgan: A Suitable Case For Treatment, onde interpretou uma mulher burguesa que descobria o vazio da vida e também o a sua sexualidade. Vanessa Redgrave passou a encarnar a mulher "responsável pelo seu próprio destino", comprometida com causas sociais, lutadora e muito activa.
Depois da separação de Richardson, Vanessa conheceu Franco Nero, quando filmavam Camelot e dele teve o seu terceiro filho, Carlo Gabriel Nero.
Em 1968 interpretou a bailarina Isadora Duncan, outro papel de mulher transgressora, que lhe valeu outro prémio no Festival de Cannes.


Vanessa foi protagonista de movimentos progressistas dos anos sessenta, mas também participou na chamada cultura social, em filmes como: Maria, Rainha da Escócia com Glenda Jackson, As Troianas, com Katherine Hepburn e Irene Papas. No teatro fez a Ópera dos Três Vinténs de Bertolt Brecht e Noite de Reis, interpretando Viola, uma jovem adepta do travestismo.
Em pleno êxito profissional, apresentou-se entre 1974 e 1979 às eleições pelo Partido Revolucionário Trotskista, a quem dava muito do seu dinheiro.
Em 1977 , com realização de Fred Zinnemann, interpretou Júlia, a melhor amiga de Lillian Hellman, um papel que se ajusta perfeitamente aos seus ideais. Com ele obteve o Óscar de Melhor actriz secundária.

Umas semanas antes Vanessa, tinha revelado ser simpatizante da causa Palestina e membros da comunidade judia, queimaram a sua fotografia. Ao receber o prémio, Vanessa Redgrave, disse que não se deixava intimidar pelo grupo de sionistas assassinos, cujo comportamento era um insulto aos judeus de todo o mundo. E prometeu continuar a lutar pelo antisemitismo, a opressão e o fascismo.
Apesar do escândalo a sua carreira não decresceu, filmou Yankis com John Schlesinger e Agatha, onde interpreta a escritora Agatha Christie, durante uma situação da sua vida pouco conhecida. Seguiu-se em 1984, The Bostonians, do realizador James Ivory, onde interpreta uma sufragista que se apaixona por uma das suas protegidas. O seu papel foi indicado para um Óscar, mas a Academia teve medo de a premiar, apesar de nessa altura já pertencer ao partido Trabalhista.
Em 1985, o seu pai, Michael Redgrave morreu em plena representação, foi um grande choque para Vanessa. Nos anos seguintes dedicou-se mais ao teatro, passando a seleccionar mais criteriosamente as propostas para cinema. Filmou, o Regresso a Howards End, depois Um Mês no Campo, onde interpreta uma mulher madura, sedutora de jovens e de homens da sua própria geração, Mrs Dallaway, uma mulher que optava por viver, depois de reflectir sobre o vazio e a frustração da sua existencia. Estes títulos revelaram a sua impressionante beleza outonal e proporcionaram-lhe papeis secundários em filmes interessantes como: A Casa dos Espíritos,
Lulu on The Bridge, Inocência Interropida, Wilde.Em 1998 abandonou a militância no Partido Trabalhista. Continuou a fazer filmes e a receber prémios, como o Prémio Donostia, no Festival de Cinema de San Sebastian. Vanessa pediu à assistência para cantarem Imagine de John Lennon. Em 2002 recebeu um Globo de Ouro pelo seu papel no tele filme, If These Walls Could Talk 2.Em 2002 volta também a intensificar a sua militância política, declarando que Guantánamo, era um campo de concentração e no ano seguinte devido ao seu desacordo com a Guerra no Iraque, recusou participar na Cerimónia dos Óscares, onde ia ser homenageada pela sua carreira. No Reino Unido fundou, The Peace and Progress Party com o seu irmão, Corin Redgrave.
Continuou a trabalhar no teatro, recusando varios filmes, apenas aceitou o papel de Virginia Woolf, no filme, The Hours. Entretanto a nível familiar viveu situações bastante dramáticas: a morte de Rachel Kempson em casa do marido de Natasha, Liam Neeson; a irmã Lynn contraiu um cancro na mama, Corin sofreu um enfarte e a sua filha Natasha Richardson teve um acidente fatal de ski.
Em 2005, participou no filme, A Condessa Branca, do realizador James Ivory, onde interpreta uma condessa russa desterrada. Seguiu-se, entre outros trabalhos, Evening e Atonement.

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