O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

domingo, 2 de janeiro de 2011

MAESTRO IVO CRUZ (1935-2010)

(Fotografia: Jornal JN)

Embora já tardiamente, não posso deixar de fazer aqui a minha homenagem ao maestro Manuel Ivo Cruz, meu professor de História da Música e uma pessoa de uma simpatia extraordinária para todos. Morreu no dia 24 de Dezembro, vítima de uma septicemia.·


Compositor, musicólogo e historiador, Ivo Cruz foi director musical e chefe da Orquestra Filarmónica de Lisboa, maestro do teatro nacional de São Carlos e presidente do Círculo Portuense de Ópera, no Porto.


Nascido em Lisboa, em 1935, Manuel Ivo Soares Cardoso Cruz - filho do maestro Ivo Cruz (1901-1985) - formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.


Deu o primeiro concerto, ainda como estudante, em 1954, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e formou-se com distinção, como maestro, pela Academia de Mozart da Universidade de Salzburgo, na Áustria.


Regressou a Lisboa e tornou-se director musical e chefe da Orquestra Filarmónica de Lisboa. Dirigiu programas de música da RTP, colaborou nas temporadas de ópera do Teatro da Trindade, em Lisboa, e nos concertos das orquestras sinfónicas da RDP. Foi maestro-director do Teatro Nacional de São Carlos, fundou e dirigiu os Cursos Internacionais da Costa do Estoril, e foi maestro convidado em diversos concertos e óperas em Espanha, Alemanha, França, Grécia, Itália, Brasil, Estados Unidos da América, Rússia e Venezuela.


Foi presidente e director artístico do Círculo Portuense de Ópera, no Porto, e da Ópera de Câmara do Real Teatro de Queluz.


Procurou divulgar obras musicais portuguesas menos conhecidas, fazendo, para isso, investigação na área da musicologia histórica portuguesa e apresentando um vasto reportório documentado, publicado pela EMI, Numérica e Tecla, segundo os dados biográficos da Infopédia.


Manuel Ivo Cruz recebeu, em 1969, o Prémio Moreira e Sá do Orfeão Portuense e foi distinguido em França com o título de Oficial de Mérito Cultural e Artístico, e no Brasil com a Ordem do Rio Branco. Foi ainda agraciado com a condecoração portuguesa de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2004, nas comemorações do 50º aniversário da carreira artística, com a Medalha Municipal de Mérito, grau ouro, entregue pela Câmara Municipal do Porto.

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