O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

domingo, 12 de junho de 2011

MAHLER

Mahler apenas compôs um andamento da Sinfonia nº 10, um belíssimo adágio. A profecia cumpriu-se, o compositor morreu com 50 anos, devido a problemas cardíacos e respiratórios.

As sinfonias de Mahler, permaneceram uns anos num hiato, até que em 1960, Leonard Bernestein as regeu. Hoje Mahler é um dos compositores mais tocados e mais apreciados.

«Eu creio que há na música de Mahler um apelo à aventura dos sentidos que surpreende, deslumbra, comove e vicia.

Quando se começa a amar esta música, a sua sumptuosa riqueza sonora e orquestral, é praticamente impossível sair do sistema que ela cria, único e reconhecível. A composição mahleriana alterna de forma tão inesperada a intensidade dramática com a contenção lírica e meditativa, o trivial com o sublime, o rasgo com a citação, o fúnebre com o lúdico, o sofrimento com a jubilação que não há praticamente um único momento previsível no seu discurso. Ela é percurso mais que destino. Na sua indomável liberdade, as sinfonias de Mahler abordam territórios sonoros até então inexplorados; mas fazem-no com tal variedade de motivos e efeitos, uma tão arriscada exploração das potencialidades dos instrumentos da orquestra e dos outros que ele inventa ou convoca».

António Mega Ferreira

No coração da música de Mahler existe um desafio sem limites que é uma forma de exprimir a sua total imersão no mundo e de afirmar uma esperança que rompe entre as pungentes expressões da dor e da angústia.

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