A Faculdade de Ciências da U.Porto traz à cidade do Porto uma exposição de fotografia inédita, "Harold Edgerton - Fragmentos de Tempo", que reune 58 das imagens mais icónicas conseguidas por este cientista e fotógrafo, pioneiro da fotografia de alta velocidade.
Através da utilização de luz estroboscópica, Edgerton consegue, pela primeira vez, parar o tempo numa imagem fotográfica, capturando assim imagens fascinantes de sequências de movimento que, de outra forma, seriam imperceptíveis ao olho humano. Fosse a sua motivação científica ou artística, vale a pena olhar atentamente para a sua obra. Esta exposição recupera os magníficos instantâneos que Harold Edgerton legou à história da fotografia. Uma exposição surpreendente que amplia o nosso campo de percepção dando-nos a descobrir a secreta beleza do movimento.
Harold Edgerton nasceu em 1903 em Freemont, Nebraska. Estudou na Universidade do Nebraska e, posteriormente, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), instituição à qual estaria ligado toda a sua vida, como investigador, professor e académico, e onde fez as suas primeiras experiências com estroboscópios.
Foi sobretudo o uso da luz estroboscópica na fotografia que o tornou célebre, por lhe ter permitido parar movimentos no tempo e gravá-los em imagens fotográficas, tornando perceptíveis fenómenos que, de outra forma, o olho humano não conseguiria observar. Apesar de ser, antes de tudo, um cientista, grande parte do seu reconhecimento nasce do seu enorme feito artístico: capturar estes fenómenos criando, ao mesmo tempo, imagens de grande beleza.
No âmbito da investigação científica, Edgerton foi um pioneiro, tendo criado e desenvolvido equipamentos electrónicos e fotográficos ao longo de toda a sua vida - registou mais de quarenta patentes - contribuiu para a explicação de fenómenos naturais, como o vôo do beija-flor, registou imagens de experiências científicas - é célebre a fotografia que mostra uma maçã a ser atravessada por uma bala -, participou em diversas expedições com Jacques Cousteau e outros exploradores, documentou explosões atómicas e prestou apoio aos Aliados durante a 2.ª Guerra Mundial.
A soma destas actividades não resumem a vida de Harold Edgerton. A par da curiosidade científica que sempre procurou saciar, esteve sempre na base do seu trabalho uma preocupação artística e uma busca constante pela perfeição, visíveis por exemplo na notável "Coroa de Gotas de Leite", última de uma série de tentativas feitas ao longo de 25 anos.
O seu trabalho demonstra um equilíbrio perfeito entre arte e ciência, que lhe valeu reconhecimento e admiração em ambos os campos. As suas fotografias fazem parte de prestigiadas coleções de arte, como a do Victoria & Albert Museum, e foram publicadas em afamados meios de comunicação social, como a revista Life.
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