Tempo houve
Quando ainda havia tempo
Em que a morte estava perto
Porque estava longe
Podia sabê-la
No desconhecido
Dos corpos que eu fosse
Por não serem meus
No sabor a mar
Dos ventres pulsando
No sangue e no mosto
De quando o deserto
Que quase já sou
Na sombra que seja
Do que não serei
Nos colava em rios
A fonte e a foz
Sem morte e sem tempo
Sem perto nem longe
Sem mim e sem ti
De ti para mim
de mim para ti
a dar morte ao tempo
a dar tempo à morte
no tempo que sobra
do nada que é tudo
Hélder Macedo
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