Esforça-te para que saibam que o
[mundo começou de vez
Estende uma palavra amável ao
[transeunte
E o luxo anacrónico de um sorriso
Àquele que falar mal de ti
Perdoa – o com a ternura de falar bem
[dele
Segue pela rua não esquecendo nunca
Essa missão dura e difícil que tens
[pela frente
Ainda que te esbofeteiam te
[espezinhem te humilhem
És e serás sempre o profeta do
[humano
Aquele que anuncia a chegada do
[mundo
Poema inédito de Paulo José Miranda
Ninguém diria que trazias o cheiro
Dos últimos começos
Da primeira apanha de frutas das
[nossas árvores
Ninguém diria que cheiravas ao
[momento
Em que por fim
O enfermo abre a janela e deixa
[entrar o ar fresco
A prometida e bela manhã tantas
[vezes sonhada
Que faz renascer a vida e seus
[atributos
Ninguém diria que serias o Sol
E sua chama acesa bem alta
Queimando a pele humana
Desgastando todos os outros animais
Deixando o dia e que girar á sua
[volta em cinzas
Ninguém diria que tudo irá acabar
Numa cova profunda e escura
De tão escura que um ou outro
[insecto
Parecerá uma estrela
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