O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

AS EMOÇÕES


O neurocientista, António Damásio, tem sobrevalorizado as emoções, contrariando a razão pura e as vantagens de uma cabeça fria. Deu a conhecer as razões do coração, as tais que teimosa e longamente a Razão desconheceu. Voltou a ligar indissociavelmente a cabeça e o corpo, que séculos de racionalidade haviam separado. Tem assim revolucionado a compreensão da mente humana. Passou aos actos científicos,
deslindando sucessivamente o mistério das emoções, dos sentimentos, da consciência, num trabalho em conjunto com a sua mulher, Hanna Damázio.

Durante um bom tempo houve uma rejeição das emoções, dos sentimentos e da ideia que desde que se
pudesse ter a cabeça fria, poder-se-ia ser mais capaz de boas decisões, menos
emocionais. Este é um raciocínio muito falacioso, porque assume que as emoções
são sempre más e os resultados negativos. Sem emoções não é possível funcionar
humanamente, nem é possível decidir de uma forma criativa. Mas para decidir de
uma forma criadora e que respeite os outros seres humanos é preciso educar as
emoções e se isso for feito, as emoções são extremamente benéficas porque são o
motor da nossa vida.

A crise do mundo reflecte uma hipervalorização das emoções imediatas e pouco educadas. Estamos a passar por um período em que todas as coisas, corram bem ou mal, provocam
imediatamente reacções emotivas, que são mal digeridas, provocando outras a seguir. Acontece na política, na economia, na sociedade em geral. E a certa altura as reacções são tão rápidas e as deslocações tão grandes relativamente ao compasso desejável, que o sistema entra em caos.


O Erro de Descartes, um «best-seller» em todo o mundo, foi reeditado.

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