O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

segunda-feira, 8 de março de 2010

DIA DA MULHER...

Maria Teresa Horta, é um símbolo do feminismo e não sou em Portugal. Tornou-se conhecida, quando com Maria Velho da Costa e Isabel Barreno, escreveram o livro «NOVAS CARTAS PORTUGUESAS». Livro nessa altura provocatório, para o regime em que se vivia e para a sociedade ultra-conservadora de então. Nesse livro as mulheres falavam do seu corpo, dos seus desejos e dos seus anseios, ie a MULHER FALAVA DE E POR SI.
Este caso, levou as escritores à barra dos tribunais e influiu bastante nas suas vidas pessoais e profissionais. Foi com imenso prazer que ouvi ontem, uma entrevista da Maria Teresa Horta, na qual, entre muitas coisas, disse:
As feministas seguiram o caminho de luta das sufragistas…a forma com que eram tratadas, inclusive na sua tendência sexual era ironia «as feministas são mais mulheres…as outras eram as parvas…»
Sempre gostei de saltar fogueiras…uma associação às feiticeiras, as primeiras feministas, com todos aqueles sortilégios…
Tenho medo de ter medo…
O meu encontro mais fundamental na vida foi o encontro com a escrita dos outros e depois com a minha própria escrita…
Quero ser conhecida como, uma MULHER APAIXONADA E SENHORA DE SI...

Joelho

Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho
Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio
Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo
Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
Volto então ao teu
joelho
entre
abrindo-te as pernas
Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.
Maria Teresa Horta

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