Boris Vian é considerado um indomável escritor e também foi músico, letrista e compositor, matemático, inventor…
Inicialmente com o pseudónimo de Vermon Sullivan, escreveu policiais negros.
OUTONO EM PEQUIM, é um romance desarmante: nada faz aparente sentido nesta trama desconexa, desigual e caótica. E, no entanto (ou por causa disso mesmo…), tudo se encaixa, como se a desordem fosse o caminho mais indicado para chegarmos a algum lado. DIZEM, EU SÓ CHEGUEI A MEIO!...A construção de uma linha férrea em pleno deserto, num local tão inóspito quanto imaginário chamado Exopotâmia, vai reunir um conjunto de insólitas personagens. Embora a acção não esteja isenta da narrativa (há fugas, amores não correspondidos e intensos jogos de sedução), o que estes seres procuram ou para onde vão acaba por ser secundário, quando comparado com aquilo que representam, muito superior a eles; sem o saberem, todos pertencem a um microcosmos que representa a sociedade em toda a sua decadência e esplendor, uma realidade que Vian tanto gostava de desmontar para melhor expor as suas contradições e hipocrisias.Mais do que pela trama narrativa (in)xistente, é pela espirituosidade dos diálogos, absurdo das situações e feroz crítica social do autor-satirizando figuras (sa)gradas da sociedade francesa da época.
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