O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE
JEAN-PAUL SARTRE
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
ALBERT CAMUS
Albert Camus (Michel Laffon) morreu há 50 anos, no dia 4 de Janeiro de 1960, Prémio Nobel em 1957 e com uma obra importante, muitos consideram o morto mais vivo da literatura francesa do século XX. Os seus livros continuam a vender-se bem, são procurados pelos jovens, principalmente os romances, A Peste e O Estrangeiro, mas também é sempre oportuno ler o romance A Queda, os ensaios, O Mito de Sísifo e O Homem Revoltado, as peças de teatro, Os Justos, Calígula ou O Equívoco.
Esta data motivou que surgisse uma celeuma relativamente a Camus, Nicolas Sarkozy decidiu transferir os seus restos mortais para o Panteão. Todos os presidentes franceses, durante o seu mandato têm feito isso, o último foi Jacques Chirac que patrocinou a Entrada no Panteão de André Malraux e Alexandre Dumas.
Muitos vêem neste propósito de Sarkozy uma manobra política, uma forma de despertar o consenso no país. Contra este propósito estão os filhos de Camus, alegando ser um «contra-senso» e uma «recuperação» política por parte da direita. Jean Daniel director de Le Nouvel Observateur, amigo de Camus também reagiu contra e Jean-Marie Le Pen foi contundente: é uma escolha eleitoralista, esta de um escritor pied-noir, a quatro meses das eleições regionais.
Os socialistas, sobretudo, receiam que, a propósito da consagração de Camus, o presidente prossiga a sua política de «sarkozyzação» de personalidades de esquerda profundamente desiludidas com a desagregação do PS, assim tem acontecido relativamente a cargos do estado.
Camus um escritor solitário/solidário no discurso que fez, quando lhe foi entregue o Prémio Nobel disse: Cada geração, sem dúvida, julga-se vocacionada para refazer o mundo. A minha sabe, no entanto, que não o refará. Mas a sua tarefa é talvez maior. Consiste em impedir que o mundo se desfaça.
Toda a sua vida, enquanto intelectual comprometido com a defesa da sua obra e das suas ideias, foi a ilustração desse ponto de vista.
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