Já tinha visto o excelente filme, DE TANTO BATAR O MEU CORAÇÃO PAROU, um filme na área do policial, mas introspectivo. O Profeta, pode ser uma continuição do personagem que vive uma solidão brutal, com dificuldades de enraizamento e também anda pelo mundo do crime. O herói é Malik, um jovem árabe que vai para a prisão e se vai enredar numa teia de cumplicidades e traições, em que a vida humana nada importa. O filme ao mostrar a vida na prisão é de um metódico e implacável realismo. Malik tem naquele mundo inóspito e violento de construir uma identidade. Audiard teve ao seu lado o fotógrafo Stéphane Fontaine que sabe explorar as cores de forma a criar um envolvimento que, sendo realista, implica também uma subtil visão poética dos corpos, da sua pele e da sua solidão. UM PROFETA, é em todos os aspectos impecável.
[Gosto bastante de cinema, mas como dizia Brecht, a simplicidade é a coisa mais difícil de conseguir, quando é impregnada com a diversidade do mundo. Nem sempre há cinema «daquele» que eu gosto, acabo por ir pouco ao cinema e ficar em casa a rever filmes. Às vezes dizem-me mais sobre o mundo de hoje do que os filmes de hoje! Michael Haneke, referiu-se numa entrevista, à paixão pela memória que vale a pena valorizar, referindo-se ao cinema, eu dava mais amplitude a essa ideia, acrescentando e à literatura, à poesia, à pintura, à música...]
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