O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE
JEAN-PAUL SARTRE
domingo, 3 de outubro de 2010
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA PORTUGUESA - JOSÉ MATTOSO
Historiador de projecção nacional e internacional, o professor José Mattoso tem dado um importante contributo para o conhecimento da identidade portuguesa e das raízes da Europa. Depois de inúmeras obras publicadas em nome próprio, a sua mais recente incursão nos domínios da História diz respeito ao projecto inédito "A vida privada portuguesa", sob sua direcção.
Para a “História da vida privada portuguesa” tomou-se como referência o modelo francês, a obra de Philippe Ariés/G. Duby. A maior dificuldade foi conseguir distinguir “Vida privada” de “Vida quotidiana”. O conceito de vida quotidiana é simples. Pode ser tratado de maneira descritiva. O de vida privada é ambíguo. Temos de interpretar indícios indirectos e ambivalentes. Como a documentação é, normalmente, pouco explícita, tratava-se mais de interpretá-la do que reproduzi-la. pode envolver várias interpretações. Muitos dos indícios usados para descrever a vida privada de outrora têm um sentido ambíguo. É também um projecto em aberto porque a fluidez dos sentidos sugere novas interpretações e a consulta de novas fontes.
A vida íntima não tem só transgressões, longe disso. O que importa é encontrar as diferenças entre as várias épocas, entre o passado e o presente, e tentar explicá-las. Há uma curiosidade que se excita com a descoberta do oculto. Mas há também a curiosidade que se alimenta da diferença e se interroga acerca das razões que a explicam. Para além da dificuldade de interpretar a linguagem figurada, há dificuldades características, a redução das fontes disponíveis.
A primeira coisa que me lembro é que a Idade Média não é tão cristã como geralmente se pensa, nem, por outro lado, tão rude e primitiva como outros dizem. Um dos aspectos mais característicos desta época é o que se pode chamar a «dialogia», isto é, uma norma muito exigente ou até radical - a dos sermões - e uma prática muito maleável, baseada nas circunstâncias e nos casos pessoais. Quanto à rudeza dos costumes, creio que se deve pôr de lado o conceito de «idade das trevas» que muitas vezes se aplica à Idade Média. Diferente é o problema das concepções mágicas, que é um problema muito complexo, mas em que houve, sem dúvida alguma, um progresso muito lento devido à racionalização da teologia e ao desenvolvimento das universidades. De qualquer maneira um tipo de magia que não tem nada que ver com “Harry Potter” ou “O Senhor dos Anéis”.
SOBRE JOSÉ MATTOSO AQUI
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olá, deixei ha tempos um comentario no seu post sobre "O Quarteto de Alexandria", comentario esse que nunca mais abandonei, pois gosto mto desse pequenino texto...entretanto criei uma rubrica no meu blog (a ilha do Zé)na qual construí um post à volta desse comentario que aqui deixei. Peço-lhe por favor que o veja e me diga se aprova esse post que publiquei acerca dessa visita e consequente comentario no seu blog. Se não aprovar o meu post, por não querer ser mencionada no meu blog diga-me por favor, e eu logo o retirarei. Não queria que fique com má impressão do meu "trabalho".
ResponderExcluirCumpts!