Com treze anos deu o seu primeiro concerto público. O rei-titular de Portugal, D. Fernando II de Saxe-Coburg-Gotha e a condessa alemã, d’Edla, ficaram impressionados com o seu talento precoce e concederam-lhe uma bolsa de estudo para ir estudar para Berlim. José Viana da Mota partiu em 1882 e esteve integrado no meio cultural alemão durante 32 anos, tendo depressa marcado posição como pianista de vulto.
Em Berlim, frequentou o Conservatório Scharwenka, depois teve aulas com Karl Schäffer. Em 1885 recebeu aulas de Liszt em Weimar e dois anos mais tarde foi aluno de Hans von Bülow, que o influenciou no âmbito da filosofia, assim como no estudo aprofundado da obra de Beethoven.
Viana da Mota tornou-se um pianista virtuoso e fez digressões pela Europa, América do Norte e do Sul. Relacionou-se com figuras eminentes, como Ferruccio Busoni, que lhe dedicou uma cadenza de um concerto de Mozart e transcrições e prelúdios sobre corais de Bach (Viana da Mota fez a estreia da transcrição da Tocata, Adágio e Fuga em Dó maior de Bach) e Albéniz dedicou-lhe a sua obra para piano La Veja. Também foram seus amigos Eugen d’Albert, Peter Cornelius, Earl Klindworth, entre outros. As críticas internacionais consideravam o pianista possuidor de uma técnica de grande domínio e brilhantismo, uma sensibilidade invulgar aliada a uma grande inteligência autocrítica e uma profunda ciência musical.
Foi solicitado para colaborar em duos por célebres intérpretes, como Isaye, Sarasate, Casals, Nachez e pela cantora de Lied, Amalie Joachim.
Bastante cedo ganhou reputação como pedagogo, crítico e musicólogo. Escreveu artigos para revistas alemãs de música e foi um dos primeiros na Alemanha a fazer conferências sobre as tão discutidas obras de Wagner. Pelo seu grande conhecimento da obra de Beethoven, foi considerado uma autoridade na interpretação beethoveniana e foi convidado por Guido Adler a participar em Viena, na comemoração do centenário da morte de Beethoven, assim como na Alemanha.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914 teve que deixar Berlim e foi para Genebra assumindo o cargo de regência da classe superior de piano do Conservatório, devido à morte do seu titular, Bernhard Stavenhagen, um discípulo de Liszt.
Em 1917, Viana da Mota regressou definitivamente a Portugal tornando-se Maestro Director da Orquestra Sinfónica de Lisboa. Em 1919 aceitou desempenhar a importante tarefa de reformar o Conservatório Nacional, do qual foi director até 1938. Reformou os currículos, tomou uma postura de oposição à cultura da ópera italiana, que tinha sido dominante em Portugal, durante os séculos XVIII e XIX e introduziu o reportório instrumental. Em sequência desta orientação fundou a Sociedade de Concertos de Lisboa, para criar um novo gosto pela música em Portugal e onde ele próprio deu concertos, apresentando inúmeras obras importantes da literatura musical europeia. Este empenho, foi gradualmente restringido a sua carreira de pianista no estrangeiro, mas o seu trabalho de intérprete e de pedagogo, foi bastante importante para as gerações seguintes.
Através das suas composições, pode observar-se o fenómeno de fusão de mentalidades e de características culturais completamente opostas, embora na sua sensibilidade artística, nunca tenha deixado de ser português. Foi um estudioso profundo e meticuloso e no ambiente germânico encontrou um ambiente intelectual propício à sua criatividade. Integrou-se nas novas correntes filosóficas alemãs e foi adepto da «Nova Escola Alemã» e dos novos rumos musicais marcados por Liszt e Wagner. Identificou-se também com os temas literários do final do romantismo, interpretando-os dentro dos moldes alemães, mas incutindo-lhes algo de pessoal e por isso também português.
Nas suas composições de Lied, revelou-se um mestre em criar ambientes singulares, tanto na harmonia como no ritmo, tratando de forma exemplar a parte do cantor, tinha uma característica, era uma pessoa sóbria e a linguagem do piano é por consequência delicada.
Viana da Mota teve ainda o mérito, de ter sido o primeiro compositor português, que procurou conscientemente criar no país música culta de carácter nacional, a sua obra mais importante neste sentido é a sua sinfonia A Pátria (1895), que foi apresentada no Porto, cada um dos seus movimentos é um reflexo de poemas de Luís de Camões. Compôs ainda inúmeras peças para piano e música de câmara.
SINFONIA «A PÁTRIA» 1º.ANDAMENTO
Manteve praticamente a sua actividade até ao fim da vida, a sua morte ocorreu em 1948, tinha o compositor 80 anos.
OBRAS ESSENCIAIS DE VIANA DA MOTTA
MÚSICA ORQUESTRAL:
-Sinfonia A Pátria em Lá Maior, Inês de Castro (Abertura) e Marcha Portuguesa.MÚSICA CORAL SINFÓNICA:
-Invocação dos Lusíadas.MÚSICA CONCERTANTE:
-Concerto em Lá Maior para piano e orquestra e Fantasia dramática para piano e orquestra.
MÚSICA DE CÂMARA:
-2 Quartetos de cordas, Cenas nas Montanhas, Variações para quarteto de cordas, Andante para quarteto de cordas, Trio para violino, violoncelo e piano, Sonata para violino e piano, Sonata para violino e piano a quatro mãos.MÚSICA DE PIANO:
-2 Barcarolas, Balada, Serenata, Capricio, Sonata em Ré Maior, Meditação, Valsa, 5 Rapsódias Portuguesas e Cenas Portuguesas.
MÚSICA CORAL:
-Várias obras sobre poemas de Cornelius (para vozes femininas com ou sem acompanhamento), Ave Maria (para coro feminino com acompanhamento de cordas).
Viana da Mota teve ainda o mérito, de ter sido o primeiro compositor português, que procurou conscientemente criar no país música culta de carácter nacional, a sua obra mais importante neste sentido é a sua sinfonia A Pátria (1895), que foi apresentada no Porto, cada um dos seus movimentos é um reflexo de poemas de Luís de Camões. Compôs ainda inúmeras peças para piano e música de câmara.
SINFONIA «A PÁTRIA» 1º.ANDAMENTO
Manteve praticamente a sua actividade até ao fim da vida, a sua morte ocorreu em 1948, tinha o compositor 80 anos.
OBRAS ESSENCIAIS DE VIANA DA MOTTA
MÚSICA ORQUESTRAL:
-Sinfonia A Pátria em Lá Maior, Inês de Castro (Abertura) e Marcha Portuguesa.MÚSICA CORAL SINFÓNICA:
-Invocação dos Lusíadas.MÚSICA CONCERTANTE:
-Concerto em Lá Maior para piano e orquestra e Fantasia dramática para piano e orquestra.
MÚSICA DE CÂMARA:
-2 Quartetos de cordas, Cenas nas Montanhas, Variações para quarteto de cordas, Andante para quarteto de cordas, Trio para violino, violoncelo e piano, Sonata para violino e piano, Sonata para violino e piano a quatro mãos.MÚSICA DE PIANO:
-2 Barcarolas, Balada, Serenata, Capricio, Sonata em Ré Maior, Meditação, Valsa, 5 Rapsódias Portuguesas e Cenas Portuguesas.
MÚSICA CORAL:
-Várias obras sobre poemas de Cornelius (para vozes femininas com ou sem acompanhamento), Ave Maria (para coro feminino com acompanhamento de cordas).
[C&H]
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