JEAN-PAUL SARTRE
segunda-feira, 30 de maio de 2011
GIL SCOTT-HERON UM DOS FUNDADORES DO RAP
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sábado, 28 de maio de 2011
MORREU LEONORA CARRINGTON... (1917-2011)
Antes de se estabelecer no México, a pintora esteve três anos em Paris a acompanhar o seu então namorado e também artista, Max Ernst, um dos expoentes do surrealismo, onde privou com Picasso, Salvador Dalí, Marcel Duchamp, André Bretón, Luis Buñuel e Joan Miró. Um romance que terminaria de forma trágica com Ernst a ser perseguido pelos nazis. “Foram momentos muito felizes, mas chegou um momento em que só falávamos de Hitler, e então acabou essa felicidade”, disse a artista.
Leonora Carrington viu-se assim obrigada a fugir, primeiro para Espanha e depois para Lisboa, onde conheceu Renato Leduc, um escritor mexicano, e com quem se mudou para o México em 1941. Relação que também não foi bem-sucedida e que acabaria dois anos depois.
Teve uma vida agitada, com muitas aventuras pelo meio, e que valeu à escritora Elena Poniatowska, sua amiga durante mais de 50 anos, o prémio Biblioteca Breve 2011, com o livro sobre a sua vida, “Leonora”.
Também em 1995, Leonora Carrington viu a sua vida ser representada no cinema, num filme, “Carrington”, realizado por Christopher Hampton e protagonizado por Emma Thompson.
“Leonora é uma pintora do tamanho de Frida Kahlo e a última figura que existe do surrealismo”, disse ao “El País” Elena Poniatowska.
A sua arte chegou à rainha Isabel de Inglaterra, que a condecorou com a Ordem do Império Britânico, em 2005. Entre as suas obras destacam-se os trabalhos: "La giganta", "Quería ser pájaro", "Laberinto", "El despertar", "Y entonces vi a la hija del Minotauro" e "El juglar".
Morreu no México com 94 anos. O corpo da pintora será sepultado no Panteão Inglês.
BIOGRAFIA:http://en.wikipedia.org/wiki/Leonora_Carrington
sexta-feira, 27 de maio de 2011
O MITO DE FAUSTO...
Faust de Goethe disseminou o mito num dos temas centrais da Cultura Ocidental oitocentista, o Doktor Faust, um século mais tarde actualiza as grandes preocupações civilizacionais da Segunda Guerra Mundial, desenvolvendo, num plano estético-filosófico a questão sobre o papel do artista e da Arte na Sociedade. No fundo indagando-se sobre o futuro da própria sociedade Ocidental. O mito faustiano actualiza, sintetiza e simboliza, incessantemente, a essência de um devir da Cultura Ocidental.
Vários músicos se utilizaram em obras diversas de Faust: Spohr, Berlioz, Gounod, Boito, Busoni e outros compositores do séc. XX e XXI.
[No afã de superar os conhecimentos de sua época, Fausto evoca os espíritos e, por fim, Mefistófeles, com o qual negocia viver por vinte e quatro anos sem envelhecer.
Durante este tempo, conforme o contrato assinado com seu próprio sangue, serviria o diabo a Fausto, em troca da sua alma. Entregue aos prazeres durante este tempo, é finalmente ao término deles, levado para o Inferno.
Tendo, porém, encontrado o amor de Margarida, dela tenta obter a salvação, mas foi inevitável o destino a que se comprometera.]
DANAÇÃO DE FAUSTO - BERLIOZ
FAUST DE GOUNOD
quarta-feira, 25 de maio de 2011
PRAZER PARA OS OLHOS...
O livro de arte, tem ganho clientes e investidores e as próprias galerias também estão a apostar na publicação de livros de arte.
Em tempos de crise, comprar um quadro não é nada acessível, por isso muitos contentam-se com a aquisição e colecção de livros de arte. O livro como objecto de arte está a impor-se com editoras especializadas, que consideram existir clientes interessados, assim como os próprios artistas estão interessados.
Há livros que nem são nada baratos, podendo atingir mil euros, (ex: 4 livros dedicados ao surrealismo, com obras de Cesariny, Cruzeiro Seixas, Mário Botas, Alfredo Luz) porque são trabalhos elaborados dentro do conceito do objecto, são serigrafados, com tiragem reduzida e assinados pelo autor, o que faz da peça, uma peça valiosa e de colecção.
Aprecio bastante estes livros e é através dos mesmos que aprecio melhor a obra de um artista, porque posso estar a observar ilimitadamente os quadros em todos os sues pormenores e ver a evolução criativa. Tenho vários, tenho inclusive uma colecção que comprei ainda bastante nova e que se intitula «Génios da Pintura», com muito boas reproduções mas a partir daí fui comprando mais. O que considero imprescindível, não pela reprodução das pinturas, mas para situar-nos no tempo, para quem se interesse pela História da Pintura é: GUIA DA HISTÓRIA DE ARTE, Direcção de Sandro Sproccati, da Editorial Presença.
Benedikt Taschen criou o império Taschen. Desde miúdo gostava de livros, começou a vender livros antes de acabar o liceu, juntou dinheiro e com 18 anos alugou a sua primeira livraria e começou a editar comics. Aos 21, devido a uma monografia de Magritte, lançou-se na edição de livros de arte e depois de outras vicissitudes chegou ao que é hoje! É considerado um vendedor tenaz. Os seus livros são traduzidos em várias línguas, tem escritórios em várias cidades e publica mais de 100 livros novos por ano. Visão pessoal e bom gosto, são as suas regras. Faz o que quer e quando quer. Depois da publicação de pintura e fotografia, as temáticas diversificaram-se bastante, arquitectura, estilismo, bailado, cinema, música…inesgotável…tudo transformando em objectos de prazer…
domingo, 22 de maio de 2011
BILLIE HOLIDAY
Strange Fruit
Southern trees bear strange fruit,
Blood on the leaves and blood at the root,
Black bodies swinging in the southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.
*
Pastoral scene of the gallant south,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolias, sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh.
*
Here is fruit for the crows to pluck,
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.
Fruta Estranha
Árvores do sul produzem uma fruta estranha,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,
Frutas estranhas penduradas nos álamos.
*
Cena pastoril do valente sul,
Os olhos inchados e a boca torcida,
Perfume de magnólias, doce e fresca,
Então o repentino cheiro de carne queimando.
*
Aqui está a fruta para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Par o sol apodrecer, para as árvores derrubarem,
Aqui está a estranha e amarga colheita.
Billie Holyday acabava sempre os espectáculos com esta canção, que fala da discriminação sentida pelos afro-americanos. É considerada a primeira canção de protesto que chegou às massas.
BIOGRAFIA: http://www.billieholiday.com/
sábado, 21 de maio de 2011
LISSABON WUPPERTAL LISBOA
Formada na Alemanha, Pina Bausch(1940-2009) teve em Kurt Joos (1901-1979) seu principal mestre -o termo “teatro-dança” ou “teatro dançado”, que dá título à companhia por ela fundada em 1973, foi por ele usado nos anos 1920-30. Obtendo seu diploma em 1959, Bausch partiu para Nova York, onde estudou dança na Juilliard School of Music, integrou o New American Ballet e, em seguida, o Metropolitan Opera Ballet.
A sua experiência americana e o contacto com os artistas nova-iorquinos acentuaram a importância dada até hoje à integração de todas as formas de expressão artística -teatro, dança, vídeo, música. E firmou seu gosto, já adquirido na Alemanha, pela introdução da vida quotidiana na criação artística.
A insubmissão aos limites entre diversas formas de expressão artística e a constante tensão entre o ordinário quotidiano da vida e o ritual cénico da representação não foram imediatamente aplaudidas pelo público alemão. O reconhecimento, veio mais tarde, a partir das plateias estrangeiras que, nos anos 1970, receberam suas criações com entusiasmo.
Temas recorrentes, em torno dos rituais de sedução, da incompreensão mútua entre homens e mulheres, dos desencontros entre o feminino e o masculino, uma “luta” febril travada no palco. A coreógrafa traz cenas onde os embates -amorosos, quotidianos e outros- que atravessam tais relações acabam sendo pacificados.
A carga poética da linguagem de Bausch concentra-se assim no modo como os corpos em movimento exprimem essa tensão estrutural -mas nem por isso imutável. Após as temporadas de pesquisa, os bailarinos-actores são convidados a improvisar movimentos a partir do que testemunharam. Deles, e sempre dentro do universo expressivo que criou, Pina Bausch “filtra” seu produto final.
INTERNET
sexta-feira, 20 de maio de 2011
FELICIDADE (Viver é saber gozar cada dia)
Cada dia sem gozo não foi teu:
Foi só durares nele. Quanto vivas
Sem que o gozes, não vives.
Não pesa que amas, bebas ou sorrias:
Basta o reflexo do sol ido na água
De um charco, se te é grato.
Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas
Seu prazer posto, nenhum dia nega
A natural ventura!
14-3-1933
Obra Poética . Fernando Pessoa. (Organização, introdução e notas de Maria Aliete Dores Galhoz.) Rio de Janeiro: Ed. José Aguilar, 1974. - 150.
1ª versão: Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994).
segunda-feira, 16 de maio de 2011
CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA Nº.2 DE FERNANDO LOPES-GRAÇA
BIOGRAFIA:
http://cvc.instituto-camoes.pt/figuras/flgraca.html
As propostas eram diversificadas:
Abertura «Abu Hassan» de carl Maria von Weber
Variações para orquestra de Elliott Carter
Metamorfoses Sinfónicas sobre temas de Weber de paul Hindemith
Concerto para piano e orquestra nº2 de Fernando Lopes-Graça e foi este concerto que mais me exultou espiritualmente.
sábado, 14 de maio de 2011
MANUEL ANTÓNIO PINA GANHOU O PRÉMIO CAMÕES
O jurado brasileiro, António Carlos Secchin, salientou o alto grau de inventividade e originalidade e com este prémio sublinhou a necessidade de os livros deste autor serem finalmente editados no Brasil.
Manuel António Pina é muito conhecido pelas suas crónicas «Por outras palavras», diariamente escritas no Jornal de Notícias, incorporando literatura em todas as áreas do quotidiano e onde recupera também a figura, cada vez mais em desuso, do intelectual empenhado, segundo palavras do Professor Universitário, José António Gomes, que acrescenta, « num tempo em que não faltam exemplos de escritores que permanecem no jogo da promiscuidade de acordo com as forças políticas do momento, há que louvar a sua coragem».
Com uma vasta obra, já recebeu vários prémios e já foi homenageado nas três cidades do seu coração: Sabugal (onde nasceu), Guarda (onde passou a infância) e Porto (onde vive há 4 décadas).
Muitos perguntarão, mas quem é Manuel António Pina?
Ele responde, com as palavras do poeta Jorge Luís Borges, que tanto admira:
«EU SOU TODOS OS LIVROS QUE LI, TODAS AS PESSOAS QUE CONHECI, TODOS OS LUGARES QUE VISITEI»
Em entrevista:
SOBRE O PRÉMIO: Os prémios não fazem as obras, nem os livros melhores ou piores, mas são um reconhecimento e todos gostamos de ser amados. Mas é embaraçoso, porque tendo em vista a lista das pessoas que já receberam este prémio – e não quero fazer a rábula da modéstia – receio não estar ali a fazer nada…
SOBRE AS SUAS CRÓNICAS: Tento fazer o melhor, mas nem sempre sai bem – nunca releio as minhas crónicas, porque são feitas sobre pressão, que tende a adormecer o nosso espírito criativo. Mas dão-me prazer, o que raramente acontece com o tema – sofro muito à procura dele, perco seis ou sete horas nessa busca – e a política acaba por ser recorrente. E as crónicas são também uma lição diária de humildade, porque uma crónica jornalística acaba sempre a embrulhar o peixe no dia seguinte. Tudo acaba no esquecimento.
.
SOBRE POESIA: Onde sinto o meu próprio sangue é na poesia. Muitos escritores falam da necessidade de escrever e, sem dramatizar, também tenho essa sensação. Mas raramente os poemas me saem à primeira, alguns demoram vários anos – tenho poemas que demoraram dez anos, ou mais, a concluir. Como dizia Rilke, o primeiro verso é-nos dado, os outros são conquistados. Às vezes anda-se à procura de uma palavra, de um verso, de uma relação entre o substantivo e o adjectivo. E quando aparece a palavra reconheço-a! Ando sempre com um caderninho onde anoto palavras, faço listas enormes de palavras até encontrar uma. Há dias, encontrei a palavra «exasperado», e já tinha passado por ela sem a reconhecer.
SOBRE POLÍTICA: A política está em toda a parte, mas a política sobra a qual geralmente escrevo é a partidária, e essa é muito medíocre. Estamos metidos num nó górdio e olha-se à volta e não se vê nenhum Alexandre – nada senão mediocridade e mediania.
BIOGRAFIA: http://www.infopedia.pt/$manuel-antonio-pina
POESIA: http://www.citador.pt/poemas.php?poemas=Manuel_Pina&op=7&author=20197
quinta-feira, 12 de maio de 2011
ESTÉTICA E ESCRITOS ÍNTIMOS - FERNANDO PESSOA
O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar. (...) Há as artes cujo fim é influenciar, que são a música, a literatura e a filosofia. Só a arte é útil. Crenças, exércitos, impérios, atitudes - tudo isso passa. Só a arte fica, por isso só a arte se vê, porque dura.O homem de génio é um mero repositório do seu génio. Todo o seu esforço deve ser utilizá-lo, preparando-se para utilizá-lo. Se não o fizer, graves contas prestará - não sei se a Deus - com certeza a si próprio no futuro.
terça-feira, 10 de maio de 2011
AI WEIWEI
Nesse domínio, será necessário inclinar-nos em direcção à universalidade e mesmo se necessário, em direcção à uniformidade, porque a humanidade, mesmo sendo múltipla, é em última análise, uma só.
IDENTIDADES ASSASSINAS
AMIN MALOUUF
Ai Weiwei, designer arquitectónico, fotógrafo, curador, desenhador, comentador e crítico, é o artista mais moderno da China e o mais conhecido internacionalmente, a sua última obra Sunflower Seeds, está na galeria Tate Modern.
Ai Weiwei foi o assessor artístico na construção do Ninho de Pássaro (Estádio Nacional de Pequim) onde foram celebrados os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008
Foi especialmente conhecido por suas críticas à construção de uma instalação escolar destruída durante o terremoto de Sichuan de 2008.
Muitas escolas desabaram com o terramoto, levando a acusações de que elas haviam sido construídas de maneira inadequada.
Ai Weiwei, sonha com o fim da repressão chinesa e tem sido um activista na defesa dos direitos humanos, tendo uma intervenção constante.
Em 2010 esteve em prisão domiciliária e este ano foi preso, quando se estava no aeroporto para viajar, encontrando-se em parte incerta.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, fez saber que a prisão de Weiwei é legítima e pede ao mundo para não interferir nas questões internas da nação.
A prisão de Weiwei corresponde a um novo endurecimento do regime, que segundo os analistas, poderá ter que ver com a transição do poder nas cúpulas do partido, agendada para o ano que vem.
Não só Weiwei está preso, é só mais um numa lista extensa.
Pela riqueza, tolera-se o regime autocrático chinês
No decorrer dos 40 anos desde que o presidente Richard Nixon estabeleceu relações diplomáticas com a China, políticos americanos não desistiram da ideia que a democracia eleitoral seria irresistível. Mas um passeio por um dos luxuosos shopping centers de Pequim acaba rapidamente com esses conceitos idealistas - e em vez disso faz-nos pensar se os autocratas da China não terão descoberto um modelo flexível de governo duradouro.
Trabalhadores de colarinho branco, com formação universitária, são representantes emblemáticos de uma classe média chinesa cada vez mais confiante e disposta a ser mais flexível com o governo, apesar de suas restrições e imperfeições. Esse grupo considera que tais falhas são compensadas pelo contínuo crescimento económico e a estabilidade social sob um regime autocrático. Isso não quer dizer que a oposição à situação não exista. Os camponeses expropriados continuam fazendo manifestações. Os dissidentes não deixam de reivindicar o pluralismo, embora as autoridades tratem de silenciá-los, temendo que ocorra uma "revolução de jasmim".
Mas a maioria dos especialistas ocidentais concorda que os comunistas no governo não correm o risco de ser depostos tão cedo. "Eles mostraram-se muito flexíveis
Essa capacidade darwiniana de evoluir nasceu da experiência de quase morte do partido, em 1989, quando estudantes e intelectuais ocuparam a Praça Tiananmen durante sete semanas exigindo eleições livres, o fim das restrições à imprensa, da corrupção e do nepotismo. Nos anos que se seguiram à violenta repressão dos protestos, o regime descobriu como satisfazer muitos durante a maior parte do tempo - o suficiente para dissuadir a maioria dos cidadãos de optar pelas manifestações pró-democracia.
Aqueles que prosperaram com a reforma económica não estão interessados em partilhar o poder nem os espólios da prosperidade com aqueles que estão nas camadas inferiores da sociedade.
O mesmo pode ser dito dos 300 milhões de membros da crescente classe média chinesa, muitos dos quais parecem temer que o sufrágio universal conceda a seus compatriotas camponeses uma fatia desproporcional do poder. A demonização da democracia alertou o país para o risco de uma democracia eleitoral levar a China "a cair no abismo da desordem interna".
domingo, 8 de maio de 2011
O ÚNICO MISTÉRIO DO UNIVERSO É O MAIS E NÃO O MENOS
sábado, 7 de maio de 2011
PATTI SMITH E KRONOS QUARTET vencem "Nobel" da música
Sobre Patti Smith, o júri do galardão sublinhou a dedicação à arte "em todas as suas formas", demonstrando "quanto rock n'roll há na poesia e quanta poesia há no rock n'roll". "É um Rimbaud com amplificadores Marshall. Transformou a forma como toda uma geração olha, pensa e sonha", sublinhou o júri.
Quanto ao Kronos Quartet, fundado em 1973 por David Harrington, disseram que "revolucionou o potencial de um quarteto de cordas tanto no estilo como no conteúdo", com um repertório que tanto pode incluir Mozart como incorporar o rock vanguardista e a música de "cada esquina do mundo".
O prémio Polar, atribuído pela Academia Real de Música da Suécia, foi criado em 1989 por Stig Andersson. Desde que começou a ser atribuído, em 1992, distinguiu intérpretes como Enio Morricone, Bjork, B.B. King, Paul McCartney, Gyorgy Ligeti, Keith Jarrett, Bob Dylan, Ray Charles, Pink Floyd, Pierre Boulez, Renée Fleming, Elton John, Bruce Springsteen, Stevie Wonder, Dizzy Gillespie, Sony Rollins e Gilberto Gil.
http://www.screamyell.com.br/musica/pattismith.htm
http://www.pattismith.net/intro.html
bloco-notas
amor divino é assim.
invisível.
bloco-notas
Novembro 1. dia de todos os santos. rimbaud-o. vai pró diabo. picasso sabe. foda-se como ele realmente sabia! por onde andará ele agora?
bloco-notas
picasso sai-se com esta: quando ele morrer que ninguém diga nada.
deixem que a vida continue a mover-se como um mito.
até que de súbito alguém toque um sino. depois de uma diz porque é que é maior que um século.
ou mais perfeitamente dois séculos.
diário. domingo. 8 Abril, 1973.
picasso morre.
Abril é o mais cruel dos meses etc. que fica?
os ossos de brian jones. amigo de jim morrison. o lenço estampado
de jimi hendrix. anjo de tira de couro. a grinalda de garland.
o colarinho engomado de baudelaire. o gorro
escultural de voltaire. o elmo dos cruzados como um templo em si. a mala de rimbaud. o seu membro artificial genuflecte. espaço surrealista. o cérebro de pássaro de brancusi.
cocaína superfície lisa. o espelho de mão de carole lombard. p sobretudo de rothko, o negro vestido de malha de piaf. fotografias. picasso a rir. picasso a dançar. picasso a pescar. picasso a andar de cadillac. um desgosto uma pincelada. a luz deslizando através da janela da vivenda. o sol a nascer e a pôr-se e a dormir em limpos lençóis brancos impecavelmente dobrados e
a camisa de picasso com o colarinho em forma de barco
PATTI SMITH - GLORIA
Jesus died for somebody's sins but not mine
(Jesus morreu pelos pecados dos outros não pelos meus)
KRONOS QUARTET
LULLABY
VERDES ANOS
quarta-feira, 4 de maio de 2011
PRÉMIOS LITERÁRIOS
Presidido pelo ensaísta Eduardo Lourenço, o júri da edição do galardão deste ano decidiu atribuí-lo a Lídia Jorge “pela consagração da sua obra como escritora que muito tem contribuído para o enriquecimento do património cultural e literário do Portugal contemporâneo”.
Até 2008 designado por Prémio da Latinidade “Troféu Latino”, passou em 2009 a ter o nome de Prémio da Latinidade “João Neves da Fontoura”, ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro a quem se deve a criação da União Latina como organização internacional.
Com este Prémio criado em 2002, a União Latina visa homenagear uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido, pela sua obra, na difusão da Latinidade, nos domínios artístico, literário ou científico.
Nascida em Boliqueime, no Algarve, em 1946, Lídia Jorge licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa, deu aulas, escreveu quinze livros editados em várias línguas, entre eles romances, antologias de contos e uma peça de teatro.
A publicação do seu primeiro romance, em 1980, “O Dia dos Prodígios”, foi considerado marcante num período em que se tinha iniciado uma nova fase da literatura portuguesa.
Fundada em 1954, a União Latina é composta por 36 Estados de língua oficial ou nacional românica e tem como objectivo promover a reflexão sobre os valores culturais e linguísticos do conjunto da comunidade latina e a consciência da identidade cultural comum destes povos.
Fado do retorno - Lídia Jorge
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltaste
Já entras como sempre
Abrandas os teus passos
E paras no tapete
Então que uma luz arda
E assim o fogo aqueça
Os dedos bem unidos
Movidos pela pressa
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltei
Também cheia de pressa
De dar-te, na parede
O beijo que me peças
Então que a sombra agite
E assim a imagem faça
Os rostos de nós dois
Tocados pela graça.
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Amor, o que será
Mais certo que o futuro
Se nele é para habitar
A escolha do mais puro
Já fuma o nosso fumo
Já sobra a nossa manta
Já veio o nosso sono
Fechar-nos a garganta
Então que os cílios olhem
E assim a casa seja
A árvore do Outono
Coberta de cereja.
Não falo de palavras, nem de goivos,
(Escrito de Memória, 1973)
segunda-feira, 2 de maio de 2011
MÃE
MÃE
Poema de Almada Negreiros(1893-1970)
Mãe! Vem ouvir a minha cabeça
a contar histórias ricas que ainda não viajei!
Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!
Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado!
Eu ainda não fiz viagens
E a minha cabeça não se lembra senão de viagens!
Eu vou viajar. Tenho sede!
Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.
Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.
Depois venho sentar-me a teu lado.
Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens,
aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei,
escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe!
Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa.
Eu também quero ter um feitio,
um feitio que sirva exatamente para a nossa casa, como a mesa.
Como a mesa.
Mãe!
Passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!
domingo, 1 de maio de 2011
«AMÉRIQUES» - EDGARD VARÉSE
Varése que nasceu em França, fez o percurso contrário, numa época em que Paris era um modelo para o Novo Mundo, atraindo diversificados artistas americanos, a tal «geração perdida» como lhe chamou Gertrude Stein. Varése sentia-se num continente velho e considerava que aí nunca iriam compreender a sua música e foi para os Estados Unidos.
Na génese de «AMÉRIQUES», está implícita a ideia de um renascer, um começar de novo... de libertação. Os especialistas estabelecem comparações com a «SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA» de IGOR STRAVINSKY, mas enquanto Varése aborda um ritual urbano, Stravinsky aborda um ritual primitivo.
A música leva-nos num passeio pelas ruas de Nova Iorque, umas mais agitadas outras mais tranquilas, com sons de embates, sirenes do porto, brigadas de bombeiros, assobios dos motores de vapor muito presentes…
Obra apoteótica, que passa por momentos de intimidade e recolhimento e por contrastes brutais e explosivos, mesmo agressivos…
SONHO COM INSTRUMENTOS OBEDIENTES AO MEU PENSAMENTO E QUE AO CONTRIBUÍREM PARA A CRIAÇÃO DE UM NOVO MUNDO DE SONS INAUDITOS SE ENTREGUEM ÀS EXIGÊNCIAS DO MEU RITMO INTERIOR.
Edgar Varése (1883-1965)
Síntese elaborada a partir do texto de Rui Pereira, no programa da CM.
Este concerto foi iniciado com duas peças de John Cage: Credo in Us e Concerto para piano preparado e orquestra de câmara, pela Orquestra Remix Ensemble Casa da Música, dirigida por Jonathan Stockhammer, seguindo-se Amériques pela orquestra Sinfónica do Porto da Casa da Música, dirigida por Emilio Pomàrico.
AMÉRIQUES
Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=MNpN2p495lA&playnext=1&list=PL4E1D8987E1664EF5
Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=WheUBp9w8vI&feature=related
Parte 3