O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

terça-feira, 10 de maio de 2011

AI WEIWEI

Tudo que diz respeito aos direitos fundamentais - o direito de viver como cidadão de pleno direito na terra dos seus antepassados sem sofrer perseguições ou discriminações; o direito de viver com dignidade onde quer que alguém se encontre; o direito de escolher livremente a sua vida, os seus amores, as suas crenças, no respeito da liberdade pelos outros; o direito de aceder sem entraves ao saber, à saúde, a uma vida decente e honrada - nada disto e a lista não é restritiva, pode ser negado aos nossos semelhantes sob o pretexto de preservar uma crença uma prática ancestral ou uma tradição.
Nesse domínio, será necessário inclinar-nos em direcção à universalidade e mesmo se necessário, em direcção à uniformidade, porque a humanidade, mesmo sendo múltipla, é em última análise, uma só.
IDENTIDADES ASSASSINAS
AMIN MALOUUF


Ai Weiwei, designer arquitectónico, fotógrafo, curador, desenhador, comentador e crítico, é o artista mais moderno da China e o mais conhecido internacionalmente, a sua última obra Sunflower Seeds, está na galeria Tate Modern.
Ai Weiwei foi o assessor artístico na construção do Ninho de Pássaro (Estádio Nacional de Pequim) onde foram celebrados os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008



Foi especialmente conhecido por suas críticas à construção de uma instalação escolar destruída durante o terremoto de Sichuan de 2008.
Muitas escolas desabaram com o terramoto, levando a acusações de que elas haviam sido construídas de maneira inadequada.

Ai Weiwei, sonha com o fim da repressão chinesa e tem sido um activista na defesa dos direitos humanos, tendo uma intervenção constante.
Em 2010 esteve em prisão domiciliária e este ano foi preso, quando se estava no aeroporto para viajar, encontrando-se em parte incerta.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, fez saber que a prisão de Weiwei é legítima e pede ao mundo para não interferir nas questões internas da nação.
A prisão de Weiwei corresponde a um novo endurecimento do regime, que segundo os analistas, poderá ter que ver com a transição do poder nas cúpulas do partido, agendada para o ano que vem.
Não só Weiwei está preso, é só mais um numa lista extensa.






CHINA QUE REGIME!
Pela riqueza, tolera-se o regime autocrático chinês
No decorrer dos 40 anos desde que o presidente Richard Nixon estabeleceu relações diplomáticas com a China, políticos americanos não desistiram da ideia que a democracia eleitoral seria irresistível. Mas um passeio por um dos luxuosos shopping centers de Pequim acaba rapidamente com esses conceitos idealistas - e em vez disso faz-nos pensar se os autocratas da China não terão descoberto um modelo flexível de governo duradouro.
Trabalhadores de colarinho branco, com formação universitária, são representantes emblemáticos de uma classe média chinesa cada vez mais confiante e disposta a ser mais flexível com o governo, apesar de suas restrições e imperfeições. Esse grupo considera que tais falhas são compensadas pelo contínuo crescimento económico e a estabilidade social sob um regime autocrático. Isso não quer dizer que a oposição à situação não exista. Os camponeses expropriados continuam fazendo manifestações. Os dissidentes não deixam de reivindicar o pluralismo, embora as autoridades tratem de silenciá-los, temendo que ocorra uma "revolução de jasmim".
Mas a maioria dos especialistas ocidentais concorda que os comunistas no governo não correm o risco de ser depostos tão cedo. "Eles mostraram-se muito flexíveis
Essa capacidade darwiniana de evoluir nasceu da experiência de quase morte do partido, em 1989, quando estudantes e intelectuais ocuparam a Praça Tiananmen durante sete semanas exigindo eleições livres, o fim das restrições à imprensa, da corrupção e do nepotismo. Nos anos que se seguiram à violenta repressão dos protestos, o regime descobriu como satisfazer muitos durante a maior parte do tempo - o suficiente para dissuadir a maioria dos cidadãos de optar pelas manifestações pró-democracia.
Aqueles que prosperaram com a reforma económica não estão interessados em partilhar o poder nem os espólios da prosperidade com aqueles que estão nas camadas inferiores da sociedade.
O mesmo pode ser dito dos 300 milhões de membros da crescente classe média chinesa, muitos dos quais parecem temer que o sufrágio universal conceda a seus compatriotas camponeses uma fatia desproporcional do poder. A demonização da democracia alertou o país para o risco de uma democracia eleitoral levar a China "a cair no abismo da desordem interna".

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