Formada na Alemanha, Pina Bausch(1940-2009) teve em Kurt Joos (1901-1979) seu principal mestre -o termo “teatro-dança” ou “teatro dançado”, que dá título à companhia por ela fundada em 1973, foi por ele usado nos anos 1920-30. Obtendo seu diploma em 1959, Bausch partiu para Nova York, onde estudou dança na Juilliard School of Music, integrou o New American Ballet e, em seguida, o Metropolitan Opera Ballet.
A sua experiência americana e o contacto com os artistas nova-iorquinos acentuaram a importância dada até hoje à integração de todas as formas de expressão artística -teatro, dança, vídeo, música. E firmou seu gosto, já adquirido na Alemanha, pela introdução da vida quotidiana na criação artística.
A insubmissão aos limites entre diversas formas de expressão artística e a constante tensão entre o ordinário quotidiano da vida e o ritual cénico da representação não foram imediatamente aplaudidas pelo público alemão. O reconhecimento, veio mais tarde, a partir das plateias estrangeiras que, nos anos 1970, receberam suas criações com entusiasmo.
Temas recorrentes, em torno dos rituais de sedução, da incompreensão mútua entre homens e mulheres, dos desencontros entre o feminino e o masculino, uma “luta” febril travada no palco. A coreógrafa traz cenas onde os embates -amorosos, quotidianos e outros- que atravessam tais relações acabam sendo pacificados.
A carga poética da linguagem de Bausch concentra-se assim no modo como os corpos em movimento exprimem essa tensão estrutural -mas nem por isso imutável. Após as temporadas de pesquisa, os bailarinos-actores são convidados a improvisar movimentos a partir do que testemunharam. Deles, e sempre dentro do universo expressivo que criou, Pina Bausch “filtra” seu produto final.
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