EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO ("À la recherche du temps perdu") obra de Marcel Proust escrita entre 1908-1909 e 1922, publicada entre 1913 e 1927 em sete volumes, os três últimos postumamente.
(APENAS LI O 1º. VOLUME. TENHO TODOS, O MEU PROPÓSITO É LER ESTA OBRA COMPLETA)Du côté de chez Swann (No caminho de Swann 1913)
À l'ombre des jeunes filles en fleurs (À sombra das raparigas em flor, 1919, recebeu o prémio Goncourt desse ano)
Le Côté de Guermantes (O caminho de Guermantes, publicado em 2 volumes de 1920 e 1921)
Sodome et Gomorrhe (Sodoma e Gomorra, publicado em 2 volumes em 1921-1922)
La Prisonnière (A prisioneira, publicado postumamente em 1923)
Albertine disparue (A Fugitiva - Albertine desaparecida, publicado postumamente em 1927) (título original: La Fugitive)
Le Temps retrouvé (O tempo reencontrado, publicado postumamente em 1927)
Pelas suas ambições (alcançar a substância do tempo para poder se subtrair à sua lei, a fim de tentar apreender, pela escrita, a essência de uma realidade escondida no inconsciente “recriada pelo nosso pensamento”). Em busca do tempo perdido, faz parte das maiores obras da literatura universal.
Proust abordou a Primeira Grande Guerra, incluindo o bombardeamento aéreo de Paris; os pesadelos de juventude do narrador transformaram-se num campo de batalha, com 600.000 alemães mortos na luta por Méséglise, e com Combray dividida entre os dois exércitos.
O papel da memória é central no romance. Quando a avó do narrador morre, a sua agonia é retratada como um lento desfazer, as suas memórias parecem ir-se evaporando dela, até já nada restar. No último volume, O Tempo Reencontrado, o autor utiliza uma analepse, e faz com que o narrador recue no tempo das suas memórias, em episódios desencadeados por recordações de cheiros, sons, paisagens ou mesmo sensações tácteis.
Uma grande parte do romance debruça-se sobre a natureza da arte. Proust avança com uma teoria da arte em que todos somos potenciais artistas, se por arte entendemos transformar as experiências de vida do dia a dia em algo revelador de maturidade e entendimento. A música é também abordada extensamente. Morel, o violinista, é apresentado para exemplificar um certo tipo de carácter artístico, e o valor da música de Wagner é também debatido.
A homossexualidade é um dos temas principais do romance, especialmente em Sodoma e Gomorra e nos volumes seguintes. Em Busca do Tempo Perdido é o primeiro dos grandes romances em que a homossexualidade é tema central, tanto como conceito para discussão como pela descrição do comportamento dos seus personagens. Embora o narrador se descreva como heterossexual, suspeita constantemente das relações da sua apaixonada com outras mulheres. Também Charles Swann, a figura central de grande parte do primeiro volume, tem ciúmes da sua amante Odette (com quem mais tarde casará), que acabará por admitir ter realmente mantido relações sexuais com outras mulheres. Alguns personagens secundários, como o Barão de Charlus (inspirado no à época famoso Robert de Montesquiou), são abertamente homossexuais, enquanto outros, como o grande amigo do narrador, Robert de Saint-Loup, são mais tarde apresentados como homossexuais não assumidos. A monumental confrontação do tema da homossexualidade em Em Busca do Tempo Perdido revelou aos leitores, que a homossexualidade poderia ser mais que apenas actos lascivos de sodomitas ou os maneirismos afectados de homens obcecados em negar a sua masculinidade. Em vez disso, o romance de Proust apresentou a homossexualidade como um assunto complexo e multifacetado, que, se examinado de perto, derrota todos os estereótipos.
Em 1949, o crítico literário Justin O'Brien, publicou um artigo denominado, Albertine the Ambiguous: Notes on Proust's Transposition of Sexes ("A ambiguidade de Albertina; notas sobre a transposição de géneros sexuais em Proust"), que afirmava que alguns dos personagens femininos, nomeadamente a amante do narrador, Albertina, seriam melhor entendidos se lhes mudasse o género sexual para o masculino: os nomes das amantes do narrador são todos possíveis no masculino: Albertine (Albert), Gilberte (Gilbert), Andrée (André). Esta teoria ficaria conhecida como a "teoria da transposição dos sexos" na análise crítica da obra literária de Proust, que seria mais tarde retomada por Eve Kosofsky Sedgwick em, Epistemology of the Closet (A Epistemologia do Armário). Outros temas importantes nesta obra são a doença física e a crueldade.
À l'ombre des jeunes filles en fleurs (À sombra das raparigas em flor, 1919, recebeu o prémio Goncourt desse ano)
Le Côté de Guermantes (O caminho de Guermantes, publicado em 2 volumes de 1920 e 1921)
Sodome et Gomorrhe (Sodoma e Gomorra, publicado em 2 volumes em 1921-1922)
La Prisonnière (A prisioneira, publicado postumamente em 1923)
Albertine disparue (A Fugitiva - Albertine desaparecida, publicado postumamente em 1927) (título original: La Fugitive)
Le Temps retrouvé (O tempo reencontrado, publicado postumamente em 1927)
Pelas suas ambições (alcançar a substância do tempo para poder se subtrair à sua lei, a fim de tentar apreender, pela escrita, a essência de uma realidade escondida no inconsciente “recriada pelo nosso pensamento”). Em busca do tempo perdido, faz parte das maiores obras da literatura universal.
Proust abordou a Primeira Grande Guerra, incluindo o bombardeamento aéreo de Paris; os pesadelos de juventude do narrador transformaram-se num campo de batalha, com 600.000 alemães mortos na luta por Méséglise, e com Combray dividida entre os dois exércitos.
O papel da memória é central no romance. Quando a avó do narrador morre, a sua agonia é retratada como um lento desfazer, as suas memórias parecem ir-se evaporando dela, até já nada restar. No último volume, O Tempo Reencontrado, o autor utiliza uma analepse, e faz com que o narrador recue no tempo das suas memórias, em episódios desencadeados por recordações de cheiros, sons, paisagens ou mesmo sensações tácteis.
Uma grande parte do romance debruça-se sobre a natureza da arte. Proust avança com uma teoria da arte em que todos somos potenciais artistas, se por arte entendemos transformar as experiências de vida do dia a dia em algo revelador de maturidade e entendimento. A música é também abordada extensamente. Morel, o violinista, é apresentado para exemplificar um certo tipo de carácter artístico, e o valor da música de Wagner é também debatido.
A homossexualidade é um dos temas principais do romance, especialmente em Sodoma e Gomorra e nos volumes seguintes. Em Busca do Tempo Perdido é o primeiro dos grandes romances em que a homossexualidade é tema central, tanto como conceito para discussão como pela descrição do comportamento dos seus personagens. Embora o narrador se descreva como heterossexual, suspeita constantemente das relações da sua apaixonada com outras mulheres. Também Charles Swann, a figura central de grande parte do primeiro volume, tem ciúmes da sua amante Odette (com quem mais tarde casará), que acabará por admitir ter realmente mantido relações sexuais com outras mulheres. Alguns personagens secundários, como o Barão de Charlus (inspirado no à época famoso Robert de Montesquiou), são abertamente homossexuais, enquanto outros, como o grande amigo do narrador, Robert de Saint-Loup, são mais tarde apresentados como homossexuais não assumidos. A monumental confrontação do tema da homossexualidade em Em Busca do Tempo Perdido revelou aos leitores, que a homossexualidade poderia ser mais que apenas actos lascivos de sodomitas ou os maneirismos afectados de homens obcecados em negar a sua masculinidade. Em vez disso, o romance de Proust apresentou a homossexualidade como um assunto complexo e multifacetado, que, se examinado de perto, derrota todos os estereótipos.
Em 1949, o crítico literário Justin O'Brien, publicou um artigo denominado, Albertine the Ambiguous: Notes on Proust's Transposition of Sexes ("A ambiguidade de Albertina; notas sobre a transposição de géneros sexuais em Proust"), que afirmava que alguns dos personagens femininos, nomeadamente a amante do narrador, Albertina, seriam melhor entendidos se lhes mudasse o género sexual para o masculino: os nomes das amantes do narrador são todos possíveis no masculino: Albertine (Albert), Gilberte (Gilbert), Andrée (André). Esta teoria ficaria conhecida como a "teoria da transposição dos sexos" na análise crítica da obra literária de Proust, que seria mais tarde retomada por Eve Kosofsky Sedgwick em, Epistemology of the Closet (A Epistemologia do Armário). Outros temas importantes nesta obra são a doença física e a crueldade.
FONTE-INTERNET
O blogue está muito interessante :)
ResponderExcluirDe Proust, este "Em busca do..." é uma obra imensa, a qual tenho de continuar a ler...