O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

quinta-feira, 8 de abril de 2010

PERSÉPOLIS

Persépolis era a antiga capital do Império Persa. A partir de 522 a.C., foi a capital do Império Aqueménida, que na Antiguidade dominou a região do Oriente Médio. A cidade de Persépolis localizava-se no actual Irão, e foi a capital religiosa dos Aqueménidas.
Quando Alexandre III da Macedónia invadiu o Império Persa, permaneceu algum tempo na capital imperial. Um incêndio no palácio oriental de Xerxes alastrou-se por toda a cidade. Há duas hipóteses sobre a origem do incêndio: uma vingança de Alexandre pelo incêndio da Acrópole, ordenado por Xerxes durante a segunda guerra greco-pérsica, ou um acidente provocado por Alexandre e seus generais durante uma bebedeira.
Em 1931, foram encontradas ruínas de um enorme palácio, com uma arquitectura muito avançada para o tempo. Persépolis foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO em 1979.

Ontem estive a rever o filme.

(PRÉMIO DO FESTIVAL DE CANNES) Realizado por Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi, com vozes de Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Danielle Darrieux, Simon Abkarian...
O filme conta-nos a história de Marjane, uma jovem iraniana de oito anos que se vê no meio de uma das mais violentas e radicais revoluções do Médio Oriente, vivendo os primeiros dias da nova Republica Islâmica do Irão, um regime severo e controlador, fiel às leis do Islão e que controla todos os aspectos da vida social e religiosa dos iranianos. A família de Marjane não é a tradicional família islâmica, são cultos, modernos e reticentes à “nova lei”. Marjane é uma rapariga ocidentalizada e repentinamente vê-se obrigada pelo Estado a usar o véu islâmico e a ter o menor contacto possível com a cultura do Ocidente, porque é considerada imoral e contraria os bons costumes. Com o rebentar do conflito Iraque – Irão, Marjane é enviada pelos seus pais para a Áustria, onde é finalmente livre de pensar. Tanta liberdade também vai confrontar Marjane com situações bizarras, principalmente no aspecto afectivo. Marjane, um pouco mais velha, começa a sentir saudades da família e vai trocar a liberdade alcançada na Áustria pelo regime de tirania e repressão iraniano, embora mais tarde vá para Paris.Todo o filme, aborda o contraste entre a civilização Ocidental e Islâmica. Pelos olhos de Marjane, vamos aprendendo através de vários diálogos e situações um pouco da história do Irão e do fanatismo religioso do Islão.Para abstrair um pouco a ideia rígida por detrás do argumento de Persépolis, existem vários momentos cómicos que são protagonizados por Marjane.
Persépolis não apresenta a riqueza gráfica e digital de outras obras animadas, nem de longe nem de perto, usando cores escuras e traços animados simples, apelando ao tradicionalismo da animação, aposta numa visível simplicidade que esconde uma complexa composição de cenas e imagens. O filme não é muito apelativo de um ponto de vista visual, há sempre aquela tendência do publico torcer o nariz a produções não americanas (ainda por cima de animação). É uma obra «sui-generis», para agradar a alguns.

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