O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

quinta-feira, 29 de abril de 2010

ANGÚSTIA, HISTERIA E PERVERSÃO NA HISTÓRIA DA ÓPERA

As perturbações mentais e os grandes estados alterados da psique sempre inspiraram os artistas ao longo dos tempos, estando na origem de um grande número de obras-primas da literatura, das artes plásticas, da música e do cinema.
Rui Vieira Nery, diz que a ópera vive do desequilíbrio psicológico extremo ou do intenso conflito emocional das personagens, dominadas por medo, ciúme, ódio, pavor ou inquietação. Os poucos exemplos de óperas que focam pessoas normais, são tão enfadonhos, que ninguém se lembra delas.
Personagens paradigmáticas do desequilíbrio feminino, numa galeria indeterminada
:

O desespero de Dido, da ópera Dido e Eneias, de Purcell



A histeria assassina da rainha da Noite de a Flauta Mágica de Mozart



Fragilidade emocional que acaba em desequilíbrio absoluto, personagem principal da ópera Lucia de Lamermmor, de Donizetti



Casos de obsessão sexual, Salomé e Elektra de Richard Strauss


SALOMÉ


ELEKTRA



Extraordinária frieza patológica, como em Lulu, de Alban Berg



Relativamente às personagens masculinas, sejam elas heróicas ou destrutivas é salientado a encarnação do vício, do mal, da perversão.


Iago de Otelo de Verdi




Scarpia da Tosca de Puccini




Macbeth de Verdi, que fica transtornado por uma enorme sede de poder aliada a uma enorme fraqueza de carácter



Personagens que representam a essência de uma cegueira suicida, através de confrontos, entre o amor e o dever, Radamés de Aïda, de Verdi



Desequilibrados pela rejeição social da comunidade onde se inserem, Peter Grimes, Britten.



(Fonte: Revista Gulbenkian)

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