Participou na PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, mas teve que fugir ao NACIONAL-SOCIALISMO, pela perseguição desenfreada aos judeus. Emigrou para França, Estados Unidos e em 1945 regressou à Alemanha. Döblin envolveu-se totalmente no renascimento cultural alemão do pós-guerra e foi um dos co-fundadores da Academia de Ciências e Literatura Alemã em Mainz. Desapontado com a evolução política, regressou a França em 1953 e passados 4 anos morreu em Emmendingen/Baden.
A sua obra BERLIN ALEXANDERPLATZ, é considerada uma obra-prima e está dentro dos melhores livros de sempre, marcando o início do romance alemão "moderno", apesar da imprecisão deste conceito. Partilha esta honra com Franz Kafka.
''Berlim Alexanderplatz'' é uma obra capital do expressionismo literário alemão. Este clássico narra a história da Alemanha - entre as duas grandes guerras - e de Franz Biberkopf, antigo operário da construção civil que acaba de sair da prisão, após cumprir uma pena de quatro anos, por matar a companheira, num acesso de raiva. Ele jura nunca mais se meter em situações escusas, tenta reconstruir desesperadamente uma vida respeitável. Mas ao defrontar-se logo na saída com uma Berlim irreconhecível, afundada na corrupção, no fanatismo político e na recessão, o seu primeiro impulso é voltar para a sua cela. Hitler já mostrava as suas garras. Biberkopf passa pela provação de vender nas ruas o principal órgão de propaganda nazista (o jornal Völkischer Beobacher). Entre, os inúmeros trabalhos que arranja, nenhum lhe oferece hipóteses de sobrevivência. Com o bolso arruinado, entrega-se à bebida, retoma o contacto com amigos marginais, perde um braço durante um roubo e vira gigolô. O resto da história é uma descida aos infernos. Dá entrada num manicómio, onde morre e depois é "ressuscitado" e guiado por dois anjos, reencontrando no (sub)mundo dos espíritos os infelizes com quem andou em vida. No capítulo final, o autor dá-lhe uma segunda hipótese…
''Berlim Alexanderplatz'' é uma obra capital do expressionismo literário alemão. Este clássico narra a história da Alemanha - entre as duas grandes guerras - e de Franz Biberkopf, antigo operário da construção civil que acaba de sair da prisão, após cumprir uma pena de quatro anos, por matar a companheira, num acesso de raiva. Ele jura nunca mais se meter em situações escusas, tenta reconstruir desesperadamente uma vida respeitável. Mas ao defrontar-se logo na saída com uma Berlim irreconhecível, afundada na corrupção, no fanatismo político e na recessão, o seu primeiro impulso é voltar para a sua cela. Hitler já mostrava as suas garras. Biberkopf passa pela provação de vender nas ruas o principal órgão de propaganda nazista (o jornal Völkischer Beobacher). Entre, os inúmeros trabalhos que arranja, nenhum lhe oferece hipóteses de sobrevivência. Com o bolso arruinado, entrega-se à bebida, retoma o contacto com amigos marginais, perde um braço durante um roubo e vira gigolô. O resto da história é uma descida aos infernos. Dá entrada num manicómio, onde morre e depois é "ressuscitado" e guiado por dois anjos, reencontrando no (sub)mundo dos espíritos os infelizes com quem andou em vida. No capítulo final, o autor dá-lhe uma segunda hipótese…
APRECIAÇÃO DO LIVRO POR WALTER BENJAMIM:
A origem deste épico pode ter sido uma simples notícia policial perdida nos jornais populares citados no livro, ao lado de textos publicitários, canções e versos bíblicos, fielmente transcritos nessa "montagem". Nela, o personagem principal não é Franz Biberkopf, mas a cidade que o destrói - e, mais exactamente, Alexanderplatz, praça central e local de confluência de todos os deserdados alemães, na época do advento do nazismo. Döblin, assim, opta por dar voz aos seus personagens, abdicando do papel de narrador. Trata-se de um exercício polifónico que não dispensa o recurso joyciano do monólogo interior - embora Döblin sempre tenha afirmado que conhecia mal a literatura de James Joyce, quando começou a escrever Berlin Alexanderplatz. O facto é que o seu livro, escrito no auge do expressionismo alemão, cruza referências eruditas e linguagem coloquial, para narrar a história de um homem em busca da sobrevivência, amalgamando sua tragédia com a de um país que perde o pudor para pagar suas dívidas de guerra, resgatar a autoconfiança e fugir do colapso económico. O homem comum de Döblin, desejou ser maior que o destino e foi punido por isso. Se acontece nas melhores tragédias gregas, por que não em épicos modernos?
Romance adaptado a uma mini-série de televisão por Rainer Werner Fassbinder
[C&H]
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