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O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE
JEAN-PAUL SARTRE
segunda-feira, 21 de junho de 2010
O QUARTETO DE ALEXANDRIA
Há livros, que lidos em determinadas alturas da vida, são marcantes, nunca mais se esquecem. Esta obra de Lawrence Durrell, envolveu-me de tal maneira, que quase se tornou uma vivência real.
O QUARTETO DE ALEXANDRIA. No seu tratamento de paixões extremadas, Durrell tem afinidades com o americano Henry Miller, embora seja menos directo do que Miller em matéria de sexo. Justine (tb. inspirou um filme), foi o primeiro romance da tetralogia, publicado em 1957. Seguiram-se Balthazar (1958), Mountolive (1959) e Clea (1960). O Quarteto conjuga numerosas influências, da filosofia budista – com a qual Durrell se familiarizou na Índia – às ideias de Freud e Einstein. Mas a obra é sobretudo, nas palavras do próprio autor, uma "investigação do amor moderno". A acção transcorre durante a II Guerra Mundial e nos anos que a precedem. Alexandria é mais que um cenário: a cosmopolita cidade funciona quase como personagem, um lugar de beleza, mistério – e também de miséria. Do ponto de vista estilístico, a grande inovação de Durrell é o jogo narrativo. Os três primeiros livros narram basicamente a mesma história, remontada e revista a partir de diferentes pontos de vista. No primeiro livro, o protagonista e narrador é Darley, jovem candidato a escritor que tem um duplo caso: com a bela e fogosa Justine, uma judia casada com o rico negociante copta Nessim, e com Melissa, dançarina de cabaré. A ligação entre Justine e o seu amante é um jogo narcísico, uma paixão perigosa que só pode acabar mal. Nos dois livros seguintes, a história é iluminada com a perspectiva de outros personagens – o médico e cabalista Balthazar e David Mountolive, o influente embaixador britânico no Egipto. Clea funciona como uma espécie de síntese, na qual os aspectos obscuros dos romances anteriores são esclarecidos quando Darley retorna a Alexandria depois de anos isolado numa ilha. (...) com uma exímia técnica narrativa, Lawrence Durrell retratou as paixões mais violentas de uma forma que ainda hoje conserva uma provocante originalidade.
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Sim, absolutamente eu confesso que concordo consigo,há livros que marcam para sempre, a minha adolescência diz que sim, diz que você ao falar assim fala dela e da sua paixão por "Justine" deste autor britânico que tanto amou alexandria, o seu perfume (de justine) que no vento enlaçou seus cambiantes e fez questão de me prender no exotismo desses longes que passaram a habitar-me a memória de ter lido alguém escrever dela, sobre ela, em busca dela.
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