O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

quinta-feira, 15 de julho de 2010

BOSCH E BRUEGHEL – A DIFERENÇA NA PINTURA FLAMENGA

Hieronymus Bosch (c.1450-1516)

Foi um pintor contemporâneo do flamengo, mas o seu estilo era completamente diferente. Os críticos de arte consideram que as suas influências vieram de pintores alemães como Martin Schongauer, Matthias Grünewald e Albrecht Dürer. É considerado o primeiro artista fantástico.
Também se especula que a sua obra terá sido uma das fontes do movimento surrealista do século XX, que teve mestres como Max Ernst e Salvador Dalí.
Realmente o pintor que mais o influenciou foi Pieter Brueghel o Velho, que produziu vários quadros em um estilo semelhante.
O seu nome verdadeiro era, Jeroen van Aeken, flamengo que além de pintor, também foi gravador. Por falta de documentação pouco se sabe da sua vida, mas com certeza pela temática da sua obra, poderia eventualmente ter feito parte de uma seita de ciências ocultas e ter adquirido conhecimentos sobre alquimia. Por essa razão teria sido perseguido pela Inquisição.
A sua obra é o seu maior testemunho de si e da sociedade em que viveu, pintou cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas, complexas, originais, imaginativas e até caricaturais. Viveu numa época de peste e também de rumores do Apocalipse, que surgiram perto do ano 1500.
As obras de Bosch demonstram que foi um observador minucioso bem como um refinado desenhador e pintor. Utilizou estes dotes para criar uma série de composições fantásticas e diabólicas onde são apresentados, com um tom satírico e moralizante, os vícios, os pecados e os temores de ordem religiosa que afligiam o homem medieval.
O seu sucesso na época, é explicado por uma encomenda de um altar que lhe fez Filipe, o Belo da Borgonha. Se a obra foi executada está perdida, mas foi essa encomenda que motivou encomendas posteriores. Em Espanha, no Museu do Prado, é onde se encontra as suas melhores obras e a explicação é dada pelas aquisições de Filipe II de Espanha, apreciador da sua pintura. Actualmente apenas se conservam cerca de 40 originais seus, dispersos na sua maioria por museus da Europa e Estados Unidos da América..
O original tríptico As Tentações de Santo Antão esta incorporado no Museu Nacional de Arte Antiga. Desconhecem-se as circunstâncias da chegada da obra a Portugal, não sendo certo que tenha feito parte da colecção do humanista Damião de Góis, como algumas vezes é referido.


PINTURA DE BOSCH



Pieter Bruegel o Velho (c.1525/1530-1569)

Foi um pintor de multidões e de cenas populares, com tal vitalidade que transborda do quadro. Além da sua predilecção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absurdo da vulgaridade, expondo as fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama. A mais óbvia influência sobre sua arte é de Hieronymus Bosch, em particular no início dos estudos de imagens demoníacas, como o "Triunfo da Morte" e "Dulle Griet". Foi na natureza, no entanto, que ele encontrou a sua maior inspiração, sendo identificado como um mestre de paisagens. Ele é muitas vezes referenciado como sendo o primeiro pintor ocidental a pintar paisagens pela paisagem, e não como um pano de fundo da pintura.
Retratava a vida e costumes dos camponeses, a sua terra, uma vivida descrição dos rituais da aldeia, da vida, incluindo agricultura, caça, refeições, festas, danças e jogos. As suas paisagens de Inverno (1565), são tomados como provas corroborativas da gravidade dos Invernos durante a Pequena Era Glacial.
Utilizando abundantemente o espírito cómico e satírico, criou algumas das primeiras imagens de protesto social na história da arte. Exemplos incluem pinturas como "A luta entre Carnaval e Quaresma" (uma sátira aos conflitos da Reforma).


Pieter Brueghel, foi o primeiro de uma família de pintores flamengos, considerado como um dos melhores pintores da Flandres do século XVI. Foi aprendiz de Coecke Van Aelst, escultor, arquitecto e desenhador de tapeçarias e vitrais. Com 26 anos foi admitido como mestre na guilda de São Lucas. Viajou para Itália, para aprender a forma de pintar dos renascentistas, onde pintou várias obras. Depois estabeleceu-se em Antuérpia e passados 10 anos radicou-se em Bruxelas.



[C&H
CONSULTA:
ENCICLOPÉDIA ALFA
GUIA DA HISTÓRIA DA ARTE, SPROCCATI, Sandro, Editorial Presença, Lisboa, 1999
Vários Sites]

Nenhum comentário:

Postar um comentário