.
Parar. Parar não paro.
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.
.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
.
Um rio, só se fôr claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.
.
Sidónio Muralha, "Poemas" Editorial Inova, Porto, p.196
.
.
SOBRE SIDÓNIO MURALHA AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário