Aleister
Crowley, (Royal Leamington Spa, 12 de
Outubro de 1875 — Hastings, 1 de
Dezembro de 1947), foi um
membro da Ordem Hermética da Aurora
Dourada e
influente ocultista britânico,
responsável pela fundação da doutrina ou filosofia Thelema. Foi o co-fundador da A∴A∴ e
eventualmente um líder da O.T.O.. É conhecido hoje em dia por seus
escritos sobre magia, especialmente o Livro da Lei, o texto sagrado e central da
Thelema, apesar de ter escrito sobre outros assuntos esotéricos como magia
cerimonial e a cabala.
Crowley também era mago, hedonista, usuário recreacional de
drogas, e crítico
social. Em muita de suas façanhas ele "iria contra os valores
morais e religiosos do seu tempo", era um libertário e a regra era, "Faz o
que tu queres". Por causa disso, ele ganhou larga notoriedade na sua vida, e foi declarado pela imprensa do tempo como "O homem mais
perverso do mundo." Além de suas atividades
esotéricas, era também um premiado jogador de xadrez, um alpinista, poeta e dramaturgo.
Em 2001, a BBC descrevia Crowley como sendo o septuagésimo
terceiro maior britânico de todos os tempos, por
influenciar e ser referenciado por numerosos escritores, músicos e cineastas,
incluindo Jimmy
Page, Alan
Moore, Bruce
Dickinson, Ozzy Osbourne, Raul
Seixas, Marilyn
Manson, Kenneth
Angere Celso Junior.
Fernando Pessoa interessava-se
pelo ocultismo e pelo misticismo, com
destaque para a Maçonaria e a Rosa-Cruz (embora não se lhe conheça qualquer filiação
concreta em Loja ou Fraternidade dessas escolas de pensamento), havendo
inclusive defendido publicamente as organizações iniciáticas no Diário de Lisboa (4 de
Fevereiro de 1935), contra ataques por parte da ditadura do Estado Novo. O seu poema hermético mais conhecido e
apreciado entre os estudantes de esoterismo intitula-se "No
Túmulo de Christian Rosenkreutz". Tinha o hábito de fazer
consultas astrológicas para si mesmo.
Apreciava também muito o trabalho
de Helena
Blavatsky tendo
inclusive traduzido, em 1916, A Voz do Silêncio, assim como lhe suscitava muita
curiosidade o famoso ocultista Aleister Crowley, tendo-lhe traduzido o poema Hino a Pã. Certa vez, lendo uma publicação inglesa de
Crowley, encontrou erros no horóscopo e escreveu-lhe para o corrigir. Os seus
conhecimentos de astrologia impressionaram Crowley e, como este gostava
de viagens, veio a Portugal conhecer o
poeta. Acompanhou-o a maga alemã Hanni Larissa Jaeger . O encontro entre Pessoa e Crowley ocorreu
com algum sensacionalismo, dado o Poeta Inglês ter simulado o seu suicídio na
Boca do Inferno, o que atraiu várias polícias Europeias e a atenção dos média
da época. Pessoa estaria dentro da encenação, tendo combinado com Crowley a
notificação dos jornais e a redacção de um "romance policial" cujos
direitos reverteriam a favor dos dois poetas. Apesar de ter escrito várias
dezenas de páginas, essa obra de ficção nunca foi concretizada.
(Wikipédia)
Segundo
João Gaspar Simões, biógrafo de Fernando Pessoa, esse viria a conhecer “um estranho
homem, cuja complexidade e desenvoltura se acusam os traços típicos
desse misto de charlatão e inspirador que o nosso tímido mistificador debalde
procurou ser”.
João
Gaspar Simões escreveu ainda que Fernando Pessoa ficou muito preocupado com a
não esperada visita “daquele feiticeiro – cuja espantosa biografia lhe fora
dado a conhecer lendo a história das suas estranhas aventuras”.
Crowley
chegou a Lisboa no dia 2 de Setembro de 1930 acompanhado pela Mulher Escarlate
(Miss Hanni Larissa Jaeger, sua assistente), a bordo do “Alcântara”, depois de
ter ficado retido em Vigo durante um dia, devido a um intensíssimo nevoeiro.
“Em terra”, Fernando Pessoa, transido e tímido, vê avançar para ele um homem
alto, espadaúdo, envolto numa capa negra, cujos olhos, ao mesmo tempo
maliciosos e satânicos, o fitam repreensivamente, enquanto exclama: “Então que
ideia foi essa de me mandar um nevoeiro lá para cima”? - João Gaspar Simões, in Vida e Obra
de Fernando Pessoa – História duma Geração.
Por
fim foram para o Hotel l’Europe, e só depois para o Hotel Paris, no Estoril.
Depois
da chegada, Fernando Pessoa só esteve com eles por duas vezes, tendo uma sido
no Estoril, e a outra em Lisboa.
Porém,
no dia 18 de Setembro, Fernando Pessoa recebeu uma carta de Crowley, contando-lhe
que Miss Jaeger havia tido, duas noites atrás, um “formidável” ataque de
histerismo, deixando o Hotel Miramar de pantanas, e que de manhã, não havia
sinal nenhum dela, havia simplesmente desaparecido.
Ainda
no dia 18, Crowley foi para Lisboa e encontrou-se com Fernando Pessoa,
mostrando-se preocupadíssimo com Miss Jaeger, dizia que estava
perturbada e tinha o desejo de se suicidar, pois se achava perseguida por um
mago negro chamado Yorke.
Acabou
por nunca encontrar Miss Jaeger, nem a detectaram em parte alguma da fronteira,
a sair do país em que momento fosse.
Crowley
ficou em Lisboa até dia 23 de setembro, seguindo depois para Sintra, onde ficou
por alguns dias no Casal de Santa Margarida, casa do dono do
negócio da Shell em Portugal.
No
entanto… Fernando Pessoa afirma ter visto Crowley por duas vezes no dia 24,
sendo que uma dessas vezes foi no Rossio, e outra no Cais do Sodré, a entrar na
Tabacaria Inglesa. Em ambas não estava a uma distância que Crowley pudesse
entrar em contacto.
A Polícia
Internacional viria a dizer tempos depois, no fim do mistério e para o mais
adensar, que Crowley havia passado a fronteira no dia 23.
Entretanto,
no dia 25, Augusto Ferreira Gomes, um amigo ocultista de Fernando Pessoa, jornalista
de Notícias Ilustre encontra acidentalmente junto à Boca do Inferno em Cascais,
uma cigarreira (de Aleister Crowley) com uma mensagem debaixo dela.
Segundo
os fatos que todos possuíam, Aleister Crowley tinha ido para Sintra no dia 23,
saído do país no dia 23, sido visto em Lisboa no dia 24, e no dia 25 a (sua
suposta) mensagem era encontrada à beira da Boca do Inferno.
A
mensagem era a seguinte:
L.G.P.
Ano 14, Sol em Balança
Não
posso viver sem ti. A outra “Boca do Infierno” (sic) apanhar-me-á — não será
tão
quente
como a tua.
Hisos
Tu LiYu.
O
grande mistério é: Aleister Crowley foi fotografado em Londres jogando Xadrez
com Fernando Pessoa anos após seu suposto suicídio.
O
suicídio de Crowley teria sido apenas uma mistificação em que Fernando Pessoa
colaborou?
Se
sim, qual foi o motivo para que elaborassem tal plano? E o que aconteceu com
Miss Jaeger?
Se não
foi Crowley, quem cruzou a fronteira do país no dia 23 de setembro?
UM MISTÉRIO!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário