MAURICE RAVEL, «A Hora Espanhola, deliciosa comedia picante em um acto,
mal recebida na época por excesso de ousadia.
Ravel foi um mestre absoluto do impressionismo musical francês e a sua
música uma extraordinária sucessão de coloridos sonoros, que não obedeciam às
regras da harmonia tonal tradicional. Uma desobediência que foi mal recebida na
época.
Apesar de tudo, Ravel conseguiu fazer uma ponte entre tradição e
inovação.
Foi também um extraordinário orquestrador que trabalhava os coloridos
orquestrais e os jogos de timbre de um modo único. O exemplo mais expressivo é
o Bolero, em que a mesma melodia é repetida dezenas de vezes e que não é enfadonho
pela constante surpresa da orquestração, conseguindo tirar um efeito mágico.
Outra característica desta obra é a variedade de influências e de referências
estilísticas e culturais que se fundem nesta obra singular. Ravel apreciava as
atmosferas musicais exóticas: espanholas, africanas, árabes, japonesas e a
música afro-americana que deu origem ao blues.
A sua influência espanhola vem da mãe que era basca e em França havia
tradicionalmente um grande fascínio por Espanha, misto de fanatismo religioso
com a sensualidade, no ritmo das danças bem marcadas e o rubro dos elementos de
barbárie, touradas e duelos.
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