O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

quarta-feira, 11 de julho de 2012

NO MEU CASULO

Faço a ronda pela estante dos livros. Retiro Gedeão… ouço o trisavô Bach, dulcificador do tempo e beberico um chá frio. Absorvo poemas e fixo-me num que me retém. Farpeia-me a alma e deixa-me errante na parede amarelecida, em frente! O ruido da rua sobressalta-me, aproximo-me da janela, do mundo complexo e estranho, que também é o meu! Isolo-me da cidade, mas nela estou e soletro em  surdina um excerto do poema de Gedeão!



Tanto sonho! Tanta mágoa!
Tanta coisa! Tanta gente!
São automóveis, lambretas,
motos, vespas, bicicletas,
carros, carrinhos, carretas,
e gente, sempre mais gente,
gente, gente, gente, gente,
num tumulto permanente
que não cansa nem descansa,
um rio que no mar se lança
em caudalosa corrente.





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