Ânsia de amar! oh ânsia de viver!
Uma hora só que seja, mas vivida
e satisfeita...e pode-se morrer
-porque se morre abençoando a vida!
Mas essa hora suprema em que se vive
quanto possa sonhar-se de ventura
oh vida mentirosa, oh vida impura
E quantos como eu a desejaram
E quantos como eu nunca a tiveram
Uma hora de amor como a sonharam!
Em quantos olhos tristes tenho eu lido
O desespero dos que não viveram
Esse sonho de amor incompreendido!
VENDO A MORTE
Em tudo vejo a Morte! e, assim ao ver
que a vida já vem morta creuelmente
logo ao surgir, começo a compreender
como a vida se vive inultimente...
*
Debalde (como um náufrago que sente
vendo a morte, mais fúria de viver)
estendo os olhos mais avidamente
e as mãos p'ra vida...e ponho-me a morrer
A morte! sempre a morte! em tudo a vejo
tudo m'a lembra! e invade-me o desejo
de viver toda a vida que perdi...
E não me assusta a morte! Só me assusta
ter tido tanta fé na vida injusta
e não saber sequer p'a que a vivi!
Em tudo vejo a Morte! e, assim ao ver
que a vida já vem morta creuelmente
logo ao surgir, começo a compreender
como a vida se vive inultimente...
*
Debalde (como um náufrago que sente
vendo a morte, mais fúria de viver)
estendo os olhos mais avidamente
e as mãos p'ra vida...e ponho-me a morrer
A morte! sempre a morte! em tudo a vejo
tudo m'a lembra! e invade-me o desejo
de viver toda a vida que perdi...
E não me assusta a morte! Só me assusta
ter tido tanta fé na vida injusta
e não saber sequer p'a que a vivi!
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