O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.
JEAN-PAUL SARTRE

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

commigo - MANUEL LARANJEIRA

A TRISTEZA DE VIVER

Ânsia de amar! oh ânsia de viver!

Uma hora só que seja, mas vivida

e satisfeita...e pode-se morrer

-porque se morre abençoando a vida!


Mas essa hora suprema em que se vive

quanto possa sonhar-se de ventura

oh vida mentirosa, oh vida impura

esperei-a, esperei-a, e nunca a tive!

E quantos como eu a desejaram
E quantos como eu nunca a tiveram
Uma hora de amor como a sonharam!

Em quantos olhos tristes tenho eu lido
O desespero dos que não viveram
Esse sonho de amor incompreendido!


VENDO A MORTE

Em tudo vejo a Morte! e, assim ao ver
que a vida já vem morta creuelmente
logo ao surgir, começo a compreender
como a vida se vive inultimente...
*
Debalde (como um náufrago que sente
vendo a morte, mais fúria de viver)
estendo os olhos mais avidamente
e as mãos p'ra vida...e ponho-me a morrer

A morte! sempre a morte! em tudo a vejo
tudo m'a lembra! e invade-me o desejo
de viver toda a vida que perdi...

E não me assusta a morte! Só me assusta
ter tido tanta fé na vida injusta
e não saber sequer p'a que a vivi!




htpp://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Laranjeira

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