Realizado pelo actor e
realizador Abdellatif Kechiche, um filme biográfico sobre a trágica história de
Saartjes Baartman (1789-1815), uma mulher da tribo Khoikhoi que, no início do
século XIX e devido às suas características físicas específicas, deixou o sul
de África para ser exibida nos salões europeus sob o nome "Venus
Hotentote", com promessas vãs de uma vida dourada. Chegada à Europa,
depois de viajar por toda a Inglaterra em espectáculos de aberrações. Mediante
um pagamento extra, os seus exibidores permitiam aos visitantes tocar-lhe as
nádegas, cujo invulgar volume (esteatopigia) parecia
estranho e perturbador ao europeu da época.
Por outro lado, Saartjie tinha sinus pudoris, também conhecido
por «avental», «cortina da vergonha» ou «bandeja», em referência aos longos lábios
da genitália .
Vai
para Paris e é estudada por alguns dos mais conceituados naturalistas e
anatomistas da época, que usaram as suas investigações para justificarem a
inferioridade dos negros, num esforço claro de legitimação do racismo e
escravatura. Tinha sido comprada por um francês, que a tratava bastante mal, com a
derrota de Napoleão, o fim do seu governo, as exposições tornaram-se
impossíveis. Saartje foi levada a prostituir-se e tornou-se alcoólica. A 29 de
Dezembro de 1815, Saartjie Baartman morreu na miséria. O seu corpo foi doado ao
Musée de l'Homme de Paris, onde o seu esqueleto, órgãos genitais e cérebro
foram conservados em formol e exibidos até 1974. Em 2002, a pedido do então
Presidente sul-africano Nelson Mandela, os seus restos mortais regressaram ao
seu país, onde foi feita uma cerimónia fúnebre.
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